O ministro da Defesa Nacional anunciou hoje que Portugal já tem 10 militares em Moçambique, preparando a chegada do contingente total de cerca de 60 para a missão de formação de tropas especiais naquele país africano.
Gomes Cravinho confirmou ainda que o grosso dos 175 elementos destacados no Afeganistão, em missão da NATO, vão regressar a Portugal até 29 de maio, permanecendo “quatro ou cinco” no quartel-general por mais algum tempo.
O governante respondia a questões dos jornalistas após visita à Unidade de Apoio Geral de Material do Exército (UAGME), em Benavente, Santarém, com funções logísticas de reabastecimento e manutenção do material daquele ramo das Forças Armadas, muito perto do Campo de Tiro de Alcochete.
“Temos atualmente o brigadeiro-general que chefia o projeto de cooperação com Moçambique, apoiado por mais nove oficiais, que estão a organizar toda a logística relacionada com a montagem do projeto e o envio dos restantes militares. Os restantes irão logo que houver formandos, que será durante as próximas semanas”, disse.
A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, é desde há cerca de três anos alvo de ataques terroristas e o último aconteceu no passado dia 24 de março, em Palma, em que dezenas de civis foram mortos, segundo o Ministério da Defesa moçambicano. A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes, nos últimos três anos.
Sobre o contingente português no Afeganistão, em virtude da decisão de retirada da Aliança Atlântica, o responsável pela tutela afirmou que “aquilo que está previsto atualmente é que a Força de Reação Rápida, que está no aeroporto de Cabul, regressará até final de maio”.
“São vários voos, mas o último em 29 de maio. Ficarão ainda quatro ou cinco militares nossos no quartel-general e prevê-se que regressem também pouco depois. Como os planos da missão da NATO ainda não estão inteiramente cristalizados, a nossa retirada final dependerá desse processo”, concluiu.
Gomes Cravinho congratulou-se ainda com a colaboração entre Exército e Marinha, designadamente com a cedência de oito viaturas blindadas HMMWV (Veículo Automóvel Multifunção de Alta Mobilidade), variantes 1151 (com cerca de 10 anos) e 1025 (20 anos), ao corpo de Fuzileiros, que vai empenhá-los num exercício NATO, brevemente, na Lituânia.
“A utilização dos meios das Forças Armadas, que têm de ser mais do que a soma simples das três partes (Marinha, Exército e Força Aérea), tem de ser conjunta”, defendeu.