Os incêndios florestais que assolam a ilha de Maui, no Havai, já fizeram, pelo menos 53 mortos.
Fátima Cameron, uma lusodescendente a viver na ilha, descreve à Renascença uma situação catastrófica: “É uma situação terrível. Muitos carros arderam e dizem que, muitas dessas pessoas estavam dentro dos automóveis. Eu acho que estamos todos em estado de choque. Nunca houve um desastre no Havai tão grande como este."
Estima-se que os incêndios tenham provocado ainda perto de 1.000 desaparecidos, numa altura em que falha o acesso a redes de telemóvel e muitas zonas da ilha não têm eletricidade.
“Há muita gente desaparecida. Anda hoje falava uma senhora na televisão a dizer que não sabe do pai. Fazem apelos na televisão ou na rádio para saberem dos familiares”, refere.
A cidade histórica de Lahaina ficou devastada pelas chamas em cerca de 80%, de acordo com o Governador do Estado do Havai, Josh Green, com perto de 1.700 edifícios destruídos. Os dados significam elevados prejuízos para o futuro da economia da ilha.
“Milhares de pessoas perderam a casa e os empregos. São empregos em hotéis, restaurantes ou lojas. Barcos de passeio para turistas também arderam e muitas pessoas fugiram para o mar para escapar às chamas e ao fumo. A polícia costeira teve de ir resgatá-las”, conta.
Por causa dos incêndios, no Havai, mais de 14.000 turistas já foram retirados e 11.000 pessoas continuam sem energia elétrica.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, declarou o estado de calamidade, como forma de libertar fundos federais para ajudar na recuperação dos prejuízos.