A mensalidade dos empréstimos à habitação deverá aumentar 92 euros até ao final de 2023. A estimativa foi avançada esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.
O Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal prevê que o valor total das prestações pagas pelos particulares em empréstimos à habitação passe de cerca de 390 milhões de euros, em junho de 2022, para 520 milhões de euros, em dezembro de 2023.
“O valor médio em dívida dos particulares, de cerca de 64 mil euros, traduz-se numa prestação média estimada de 279 euros em junho de 2022. Espera-se que esta aumente 92 euros até ao final de 2023”, indica o banco central.
De acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira, "para 41% dos contratos de empréstimos à habitação, espera-se que o aumento da prestação entre junho de 2022 e dezembro de 2023 seja inferior a 50 euros".
Apenas ocorrem aumentos superiores a 150 euros para 18,1% dos contratos, indica o documento.
"Contudo, a exposição dos bancos a estes empréstimos corresponde a 43,8% do stock em junho de 2022. Esta maior exposição decorre de, para as mesmas condições contratuais (taxa de juro e maturidade residual), empréstimos cujo montante em dívida seja superior terem maiores aumentos da prestação."
Os empréstimos à habitação celebrados entre 2019 e 2022 são os que apresentam um maior aumento da prestação média entre junho de 2022 e dezembro de 2023.
A estimativa da instituição liderada por Mário Centeno confirma uma tendência de subida da prestação do crédito à habitação.
Segundo uma simulação da Deco/Dinheiro&Direitos, a prestação da casa paga pelos clientes bancários no crédito à habitação sobe acentuadamente neste mês de novembro nos contratos indexados à Euribor a três, seis e 12 meses, face às últimas revisões.
Um cliente com um empréstimo no valor de 150 mil euros, a 30 anos, indexado à Euribor a seis meses e com um "spread" (margem de lucro do banco) de 1%, passa a pagar a partir de agora 632,16 euros, o que traduz uma subida de 170,83 euros face à última revisão em maio.