Estado de emergência. Protesto de empresários no Porto gera "desacatos" com a PSP
13-11-2020 - 17:24
 • Pedro Mesquita com Lusa

Além do arremesso de garrafas contra elementos das forças de segurança, os manifestantes pegaram fogo a caixões, obrigando à intervenção da PSP. Os ânimos acabaram por se acalmar antes da chegada do reforço policial e não foram feitas detenções.

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Empresários do setor da restauração, bares e comércio em protesto na Avenida dos Aliados, no Porto, esta sexta-feira à tarde arremessaram garrafas contra agentes da PSP e queimaram caixões simbólicos, durante a manifestação convocada pelo chamado movimento "A Pão e Água".

Este protesto, que começou cerca das 16h00 e reuniu mais de mil empresários a contestar medidas que consideram restritivas impostas pelo Governo de António Costa para travar a pandemia de Covid-19, resultou em “desacatos” com a polícia, que os agentes acabaram por controlar.

À Renascença, a PSP avançaria por volta das 18h, à hora em que o protesto começou a desmobilizar, que os "desacatos" resultaram de desentendimentos entre manifestantes e que não foram feitas detenções.

Além do arremesso de garrafas contra elementos das forças de segurança, os manifestantes colocaram caixões -- simbolizando a morte do setor -- a arder, obrigando à intervenção policial.

Agentes da autoridade no local explicaram que os confrontos começaram quando os manifestantes tentavam apagar o caixão que se encontrava a arder junto à estátua de Almeida Garrett, na Praça General Humberto Delgado.

Em circunstâncias em que nem agentes da PSP ouvidos pela Lusa conseguem clarificar, num momento em que a polícia se aproximou dos manifestantes, estes começaram a arremessar garrafas e pedras contra os agentes e contra uma carrinha policial que se encontrava do lado direito do edifício da Câmara do Porto (no sentido descendente da avenida dos Aliados), verificou a Lusa no local.

De acordo com a polícia no local, foi necessário um reforço de policiamento na Avenida dos Aliados, tendo sido chamadas mais quatro equipas de intervenção policial, cada uma com cerca de cinco elementos.

Os ânimos acabaram por se acalmar, ainda antes da chegada desse reforço policial.

"Costa: faz outra proposta", "Estão a matar quem não tem covid" e "Nove meses para nascer, nove meses para morrer" são alguns dos cartazes hasteados nas escadarias da Câmara Municipal do Porto e que mostram o descontentamento do setor.

Munidos de frigideiras, colheres de pau, panelas e outros utensílios, os empresários consideram as medidas de apoio anunciadas pelo Governo "insuficientes".

O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 23 de novembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado e municípios vizinhos. A medida abrange 114 concelhos, número que passa a 191 a partir de segunda-feira.

Durante a semana, o recolher obrigatório tem de ser respeitado entre as 23:00 e as 05:00, enquanto nos fins de semana a circulação está limitada entre as 13:00 de sábado e as 05:00 de domingo e entre as 13:00 de domingo e as 05:00 de segunda-feira.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.294.539 mortos em mais de 52,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 3.250 pessoas dos 204.664 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

[notícia atualizada às 18h28]