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O presidente da Câmara de Lisboa revela que o contrato com a Web Summit prevê exclusividade apenas para a Europa. À Renascença, Fernando Medina encara com normalidade o alargamento da conferência a outros continentes.
O fundador da Web Summit, Paddy Cosgrave, anunciou esta quinta-feira o alargamento da cimeira a Tóquio em 2022 e, eventualmente, ao Brasil.
Aquela que é uma das maiores conferências tecnológicas e de empreendedorismo do mundo vai continuar em Lisboa e chegar a mais países fora da Europa. O autarca Fernando Medina mostra-se “muito satisfeito com esse movimento de expansão” para outros continentes.
“Já aconteceu para os Estados Unidos e agora para o Canadá. A estratégia da Web Summit é procurar depois o mercado da Ásia e da América Latina, e em tempos chegou-se a falar de África. Creio que essa porta não estará totalmente fechada. Vejo muito bem isso acontecer, é um desenvolvimento natural”, diz o presidente da Câmara de Lisboa.
Fernando Medina revela nestas declarações à Renascença que o Estado português e autarquia da capital “têm com a Web Summit um contrato para a Europa”.
“A Web Summit Lisboa permanecerá como o grande evento neste lado do mundo”, sublinha.
O contrato para fixar a cimeira digital em Lisboa prevê um pagamento anual de 11 milhões de euros. Esta semana, o secretário de Estado da Transição Digital disse que há a possibilidade de haver um desconto em relação ao valor a pagar este ano, uma vez que a conferência é 100% online por causa da pandemia de Covid-19.
Mas, afinal, o que está previsto para a Web Summit em Lisboa nos próximos anos? Paddy Cosgrave diz que em 2021 haverá uma conferência normal, no Pavilhão Atlântico e da FIL, com 70 mil pessoas presenciais e outras tantas online.
Em 2022, o fundador da Web Summit espera, por contrato com Portugal, expandir para o dobro o espaço da FIL, sendo que esse processo está, atualmente, parado.
Em entrevista à Renascença, Paddy Cosgrave disse que espera 140 mil pessoas a partir de 2023, com a expansão dos pavilhões da FIL. Se tal não acontecer, poderá ser Portugal a estar em incumprimento contratual.
"Negociata socialista? Denuncie às autoridades"
O eurodeputado do PSD, Paulo Rangel, e o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, debateram o custo da Web Summit na última edição do programa "Casa Comum" da Renascença.
O social-democrata saúda a realização da conferência, mas lamenta o pagamento de 11 milhões de euros "por uma coisa que não custa isso" e lança a suspeita de "mais uma negociata socialista quando este ano não mobiliza nenhuns recursos".
Já o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, responde dizendo não fazer "ideia nenhuma" do que Rangel sustenta. "Julgo que a negociação para a vinda da WebSummit para Portugal em 2015 foi feita por um Governo PPD/PSD/CDS. Se o Paulo Rangel diz que há uma negociata deve denunciá-la às autoridades", desafia o deputado socialista.