Esposende vai assinalar os 450 anos da elevação a concelho com a apresentação da ópera “Torre da memória”, obra que homenageia as gentes locais e retrata a relação multissecular que tem com o oceano.
A peça estreia na sexta-feira, 4 de agosto, no Centro de Atividades Náuticas SABSEG - Fórum Esposendense, às 21h30.
Em declarações à Renascença, a diretora artística do Quarteto Contratempus, Teresa Nunes, explica que a peça foi criada através da recolha de “episódios verídicos” que ocorreram no local. A partir daí, recriou-se um “romance ficcional” que aborda o trágico naufrágio da lancha de S. João Novo, que matou 25 pescadores, em 1888.
A ópera “homenageia todas as mulheres”, sobretudo “as mulheres dos pescadores que são umas heroínas que tratavam da casa, do negócio..."
"Eram elas que faziam as coisas acontecer, tratavam de que não houvesse escassez”, observa Natália Nunes.
Os 90 minutos da peça retratam “a vida daqueles homens que iam para o mar muito cedo e das mulheres que ficavam a salvo em terra à espera de que eles voltassem".
Muitas das mulheres “iam a pé de Esposende para Barcelos para vender o peixe noutras comunidades”, explica a responsável.
Os artistas que vão subir ao palco são tanto músicos profissionais como o coro comunitário do município.
O projeto tem como promotor o Município de Esposende e como parceiros Centro de Atividades Náuticas SABSEG – Fórum Esposendense e Museu Marítimo de Esposende. É um projeto associado dos "Cidadãos Ativ@s" da Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Bissaya Barreto.