“Estamos a defender o nosso país sozinhos, tal como ontem, enquanto as nações poderosas observam de longe.” O Presidente ucraniano volta a aparecer numa gravação onde deixa críticas e apela ao cessar-fogo.
“Fomos deixados sozinhos a defender o nosso país. Quem está pronto para lutar ao nosso lado? Não vejo ninguém. Quem quer dar à Ucrânia a garantia de pertencer à NATO? Todos têm medo.”
Segundo Volodymyr Zelensky, as sanções avançadas pelos Aliados não demoveram Moscovo. “Nós ouvimos no céu e vemos no terreno que não são suficientes.”
Nesta comunicação o Presidente ucraniano apelou a um cessar-fogo. A falar em ucraniano e em russo, Zelensky afirmou: "A Rússia terá de falar connosco mais cedo ou mais tarde sobre o fim das hostilidades".
"Quanto mais cedo essa conversa começar, menores as baixas russas serão", acrescenta, garantido que as tropas ucranianas vão defender o país até esse cessar-fogo ser estabelecido.
Zelensky garantiu que não sair da capital, apesar de saber que é o "alvo n.º1" .“Continuo na capital, a minha família também esta na Ucrânia. Na minha família não há traidores, apenas cidadãos ucranianos. Segundo as nossas informações, o inimigo apontou-me como alvo número um, e a minha família como alvo número dois. Querem destruir o nosso país politicamente, através da eliminação do chefe de Estado.”
Em termos de balanço avançou que 137 ucranianos morreram, civis e militares, e que outros 316 ficaram feridos no conflito.
O chefe de Estado decretou ontem a mobilização geral da população sujeita a "recrutamento militar e reservistas" para combater a invasão russa.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev.
Putin disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU.