A explosão de uma bomba junto a uma escola na zona ocidental de Cabul provocou este sábado pelo menos 55 mortes, muitos deles jovens estudantes, e 150 feridos, segundo os mais recentes dados de autoridades à agência Reuters.
Segundo a Reuters, a explosão terá sido causada por uma bomba num carro. As contas do Ministério do Interior do país mantém-se em 30 mortos.
A maioria das estudantes feridas, dizem testemunhas no local à Reuters, são raparigas. Isto porque a escola Sayed ul Shuhada funciona com três turnos de rapazes e raparigas separados e o ataque ocorreu durante o segundo turno em que estavam maioritariamente na escola raparigas.
O porta-voz do Ministério do Interior afegão, Tariq Arian, adiantou que várias ambulâncias acudiram ao local da explosão, junto à escola Syed Al-Shahda, num bairro maioritariamente xiita.
A mesma agência informa ainda que o porta-voz do Ministério da Saúde apelou aos residentes que colaborem com as autoridades e permitam que os veículos circulem, depois de uma multidão ter atacado ambulâncias e profissionais de saúde.
Tanto as autoridades afegãs como as americanas condenaram o ataque. O Presidente Ashraf Ghani culpou os talibãs pelo ataque mas o porta-voz do grupo garantiu que os talibãs não foram responsáveis.
Até ao momento ainda ninguém reclamou a autoria do ataque, mas o Estado Islâmico tem atacado as minorias xiitas naquela zona, diz a Associated Press.
Esta explosão surge dias depois de as tropas dos Estados Unidos da América terem começado, oficialmente, a sua retirada.
Havia ainda entre 2.500 e 3.500 operacionais norte-americanos no Afeganistão, que deverão abandonar aquele país até 11 de setembro, ainda que o país esteja a enfrentar a ressurgência dos talibã, que controlam mais de metade do país.
O oficial máximo do exército norte-americano afirmou, no domingo, que o Governo afegão terá de enfrentar um futuro incerto e “possíveis maus resultados” contra os talibãs, à medida que as tropas dos Estados Unidos vão saindo daquele país.
Os Estados Unidos reagiram ao ataque, através do principal diplomata do país, Ross Wilson. Numa publicação no Twitter, Wilson disse que "este ataque imperdoável às crianças é um ataque ao futuro do Afeganistão, que não pode ficar impune".
[Notícia atualizada às 21h14]