Os incêndios vão reduzir drasticamente a matéria-prima e muitas serrações poderão fechar nos próximos cinco anos, levando a uma perda directa de cinco mil postos de trabalho, alertou esta quarta-feira o presidente da associação da fileira da madeira.
"Pelo impacto direto do incêndio, vão estar em risco cinco mil postos de trabalho", disse o presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), Vítor Poças, no final de uma reunião em Pombal, que contou com cerca de 150 empresários, a maioria de serrações e carpintarias.
Além da perda directa de postos de trabalho, também poderá haver reduções de pessoal de forma indirecta, por poder ser um momento em que as empresas de maior dimensão reforcem a sua posição e garantam o mesmo trabalho com menos recursos, através do fator tecnológico, explicou Vítor Poças.
Associação quer parques de madeira submersos
A AIMMP pretende que sejam criados parques para a madeira queimada submersos, "em barragens ou em lagos", para que esta possa ser "conservada por mais tempo".
"Com recurso a água, a madeira pode durar mais um, dois ou três anos. Dura muito mais tempo", disse Vítor Poças.
O dirigente sublinha que a medida, apesar de dispendiosa, poderia atenuar os problemas criados pelo excesso de madeira que hoje existe e que a fileira não tem capacidade produtiva para absorver.
O secretário de Estado das Florestas também marcou presença reunião. Miguel Freitas sublinhou que já está disponível uma linha de crédito de cinco milhões de euros para a constituição de parques para a madeira queimada e em breve também estarão disponíveis três milhões para a comercialização da madeira.