A Ucrânia propôs à Rússia negociações junto ao vasto complexo metalúrgico Azovstal em Mariupol, no sudeste do país, onde combatentes e civis ucranianos ainda estão entrincheirados numa cidade largamente controlada pela Rússia, anunciou a presidência ucraniana, este domingo.
"Convidámos os russos a realizar uma sessão especial de conversações mesmo ao lado de Azovstal", informou o conselheiro de Volodymyr Zelensky, Oleksiy Arestovich, numa conferência de imprensa, dizendo estar "à espera da resposta" da delegação russa.
No início do dia, outro conselheiro da presidência ucraniana, Mykhaïlo Podoliak, recordou na rede social Twitter que Kiev exige "uma trégua" em Mariupol para a Páscoa Ortodoxa celebrada no domingo, "um corredor humanitário imediato para civis" bloqueados na cidade portuária e "um acordo para negociações especiais de troca de prisioneiros militares".
A enorme fábrica Azovstal é simbólica porque representa a luta entre os exércitos ucraniano e russo em Mariupol, bombardeada pelas forças de Moscovo desde o início de março e atualmente quase completamente destruída.
Combatentes ucranianos ainda aí estão entrincheirados, com pouca comida e munições, para além de "cerca de mil civis, mulheres e crianças" e "centenas de feridos", segundo o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O presidente russo, Vladimir Putin, exigiu a rendição dos últimos combatentes ucranianos, dando instruções ao seu exército para que sitiasse "a área de tal forma que não passasse uma única mosca".
A Rússia diz ter como objetivo o "controlo total" do sul da Ucrânia e da região oriental de Donbass, por forma a dispor de uma ponte terrestre para a Crimeia (no sul), anexada por Moscovo em 2014.
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, afirmou na sexta-feira que as negociações, que têm vindo a ser realizadas por videoconferência, entre Kiev e Moscovo estão "estagnadas".
Já Kiev fez saber na semana passada que as conversações com Moscovo estão a ser "extremamente difíceis.