O ministro das Infraestruturas referiu esta segunda-feira que a grande intervenção prevista para a Linha da Beira Alta só poderá avançar depois das obras da Linha da Beira Baixa, que foram lançadas esta tarde e que só ficam concluídas em 2019.
"O que podemos dizer aos autarcas em geral de toda a região é que, por um lado, já tínhamos começado obras da Linha da Beira Alta, mas - como também foi aqui explicado tecnicamente - para podermos fazer obras mais impactantes ao longo de toda a linha temos de ter estas obras da Linha da Beira Baixa muito avançadas ou mesmo concluídas, para que possamos ter mais comboios a circular pela Linha da Beira Baixa e para que possamos ter mais períodos de obras na Linha da Beira Alta", afirmou Pedro Marques.
O ministro falava na Estação Ferroviária da Covilhã, distrito de Castelo Branco, onde decorreu a cerimónia do ato de consignação da empreitada e lançamento dos trabalhos, que incluem a construção da Concordância das Beiras, troço de ligação entre a Linha da Beira Alta e a Linha da Beira Baixa.
Questionado pelos jornalistas sobre as reivindicações dos autarcas daquela região para que se antecipe a modernização total da Linha da Beira Alta de modo a evitar novos problemas, como o recentes descarrilamento, Pedro Marques salientou que, dentro do que é possível fazer, as obras na Linha da Beira Alta já tinham começado e salientou que o troço onde ocorreu o deslizamento já estava identificado para ser alvo de trabalhos no âmbito de uma empreitada que já está em curso.
"O troço onde nos aconteceu este evento, este deslize de terras, era um dos troços identificados para a estabilização de taludes, que já tinham começado, mas infelizmente as chuvas dos últimos dias determinaram esta ocorrência sempre lamentável", disse.
O governante reiterou que, apesar das condicionantes técnicas, o trabalho de estabilização de taludes e a intervenção em túneis já está a ser feito e continuará a ser realizado.
"E poderemos ainda fazer muito mais intervenção no futuro com a conclusão desta obra aqui da Beira Baixa", afirmou, reiterando que, devido ao impacto que a obra vai ter na circulação de comboios, a grande intervenção na Linha da Beira Alta só pode ser feita quando o trabalho de modernização no troço Covilhã-Guarda da Linha da Beira Baixa estiver concluído.
Por outro lado, vincou que após o deslizamento, a linha da Beira Alta só reabriu depois de estarem reunidas as condições de segurança.
"Não reabriria em nenhuma circunstância se não houvesse condições de segurança", disse, acrescentando que "assim que se percebeu que havia algum tipo de risco" a linha voltou a ser encerrada de modo a garantir as condições máximas de segurança.
A circulação na Linha da Beira Alta esteve interrompida entre a manhã de domingo e as 2h00 de hoje por causa de um descarrilamento em Mortágua, Viseu, que não provocou feridos. Posteriormente, foi novamente encerrada às 8h00 na sequência de um novo deslizamento de terras, sendo que, entretanto, foi retomada às 14h40.
A modernização total da Linha da Beira Alta deverá arrancar em pleno em 2019, após a conclusão da modernização da Linha da Beira Baixa, e deverá custar perto de 700 milhões de euros.
A empreitada inclui a eliminação de todas as passagens de nível e a construção de uma nova "concordância" (ligação) entre a Linha do Norte e a Linha da Beira Alta, em Pampilhosa, que vai evitar que as composições vindas do Norte e com destino a Vilar Formoso façam um desvio de alguns quilómetros para sul, como agora acontece.