Uma carta aberta contra a eutanásia vai ser entregue esta tarde aos grupos parlamentares por jovens ligados aos Centros Universitários dos Jesuítas.
Dizem que partilham com quem apresenta os projetos de lei, “a preocupação com o sofrimento, a doença, a dignidade, a solidão e a dificuldade de lidar com a morte”.
No entanto, consideram que a “morte assistida, nas formas de eutanásia e suicídio medicamente assistido, não é uma resposta adequada a estas questões, sendo que a sua aprovação no Parlamento poderá constituir um irremediável erro que ainda é possível prevenir”.
Nesse sentido, vão pedir aos deputados que votem contra os projetos de lei sobre a despenalização da eutanásia ou, se possível, que retirem os projetos.
Contactados pela Renascença, os jovens avançam vários argumentos. “Por exemplo, achamos que não é uma questão de liberdade individual, porque serão sempre terceiros a decidir e a pôr em prática a questão da eutanásia”, alega o porta-voz Miguel Louza Viana, que acrescenta “a pessoa perde a liberdade no momento em que pede para morrer”.
Por outro lado, admitem que “podemos cair no risco de rampa deslizante, como vimos acontecer na Holanda e na Bélgica. E achamos que isso não seria um bom caminho para Portugal. Para além do facto de nenhum dos deputados nos poder garantir que a lei será posta em prática na perfeição”, reconhece este responsável.
Na carta, os jovens dizem ainda que a “eutanásia torna a morte assistida num ato médico, mas também num ato jurídico, objeto de uma legislação que transforma profissionais de saúde em juízes da vida e da morte. (…) Mas se a lei for incorretamente aplicada, o resultado é a morte indevida de alguém. E esse erro é irremediável, pois a morte é irremediável”.
Recorde-se, que a Assembleia da República agendou para esta quinta-feira, 20 de fevereiro, o debate dos projetos do PS, BE, PAN, PEV e IL sobre a despenalização da eutanásia em Portugal.