Governo promete dentistas em todos os agrupamentos de centros de saúde
17-11-2017 - 15:03

A aplicação desta medida será feita dentro de dois anos, garante Ministério da Saúde.

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Todos os agrupamentos de centros de saúde em Portugal vão ter pelo menos um médico dentista dentro de dois anos, comprometeu-se esta sexta-feira o Ministério da Saúde.

Na sessão de abertura do Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, anunciou que em 2018 e 2019 será reforçada a contratação de médicos dentistas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O objectivo é que nos próximos dois anos todos os agrupamentos de centros de saúde tenham pelo menos um médico dentista a trabalhar.

Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado lembrou que actualmente há cerca de 60 locais nos cuidados de saúde primários com médicos dentistas e que a ideia é chegar ao fim de 2019 com dentistas em cerca de uma centena de locais.

Fernando Araújo lembrou que a saúde oral e a medicina dentária foram áreas “esquecidas pelo SNS durante largos anos”.

As consultas de saúde oral em centros de saúde começaram a ser introduzidas em Julho de 2016, com experiências piloto que decorreram em algumas unidades da Grande Lisboa e do Alentejo. O projecto foi sendo alargado ao resto do país.

Carreira de dentista

O Ministério da Saúde anunciou também esta sexta-feira que propôs ao Ministério das Finanças a criação da carreira de médico dentista na administração pública.

O secretário de Estado explicou que a recomendação para criar uma carreira do médico dentista na administração pública partiu do grupo de trabalho nomeado pelo Governo para analisar o enquadramento da actividade dos dentistas no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Estas recomendações tiveram o parecer favorável do Ministério da Saúde e foi remetida a proposta para o Ministério das Finanças”, acrescentou Fernando Araújo, sublinhando que “faz sentido criar esta carreira”.

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas lembrou que esta é “uma aspiração com 35 anos” para os profissionais.

Para Orlando Monteiro da Silva, trata-se de “um passo enorme para a profissão”, que “vai ter impacto em todo o SNS, em toda a medicina dentária e nos utentes”.

O bastonário recordou que é uma carreira especial e com um grau de complexidade elevado complexidade, semelhante à da carreira dos médicos. “Espero que se concretize muito rapidamente este enorme passo.”