No encerramento do mês de Maria, o bispo do Porto levou a imagem de Maria aos bairros sociais e rezou pelo fim da pandemia junto ao Hospital de Santo António.
As primeiras pessoas começaram a juntar-se no adro da Igreja da Nossa Senhora da Conceição por volta das 19h30. Vinham preparadas para uma noite diferente na forma de homenagear Nossa Senhora de Fátima.
Doroteia Vasconcelos conhece bem os cantos à casa, pois foi "a primeira escuteira do agrupamento e catequista durante muitos anos". Preparada para o momento de oração, sempre de máscara e já de vela acesa, Doroteia reconhece "ser esta uma noite diferente" mas lembra que "Deus está sempre com os braços abertos para quem o quiser encontrar".
Já Carine Mendes está há poucos anos em Portugal. A jovem brasileira aproveitou o facto de ter participado na Eucaristia da tarde na Igreja do Marquês para ficar um pouco mais e "rezar junto de Nossa Senhora de Fátima". Ao seu lado, Gabriel Mendes lamenta "não poder acompanhar a procissão," mas garante "continuar a oração a partir de casa, orando pelos que estão doentes, ou a trabalhar e por quem não pode estar aqui".
A procissão começou às oito e meia da noite e só acabaria mais de três horas depois, junto ao Hospital de Santo António.
Transportada por um carro dos bombeiros, e sempre escoltada pela Policia Municipal, a imagem de Nossa Senhora de Fátima percorreu sobretudo os bairros sociais da cidade.
Nas palavras do bispo do Porto, desta "pelos motivos que se compreendem é Nossa Senhora que vai ter com as pessoas".
D. Manuel Linda privilegiou os bairros sociais e em particular "aqueles que são habitados por pessoas com maiores dificuldades económicas, para dizer que as pessoas não estão sozinhas e o bispo e a diocese estão presentes".
Durante o percurso, a imagem de Nossa Senhora de Fátima efetuou seis parabéns, para a recitação do Rosário. A sua passagem foi sendo saudada pelos populares que afluíram às janelas com velas e lenços. Juntaram-se também juntos às igrejas e nas ruas. Esta noite diferente, marcada em alguns locais com fogo de artifício, acabaria junto ao hospital Santo António, com uma oração pelas vítimas da pandemia, e por todos os que a combatem.
Bispo pede mais investimento na investigação
Terminada a recitação do Rosário, o Bispo ladeado dos padres da cidade do Porto, rezou pelas vítimas da pandemia e por todos “aqueles que têm estado da linha da frente do combate à Covid-19”.
"Ó Virgem Maria volvei para nós o vosso olhar, um olhar misericordioso nesta pandemia do coronavírus e confortai os que se sentem desorientados e choram pela perda dos seus entes queridos por vezes sepultados de modo que fere a alma. Cuidai de todos os doentes, embora por intermédio dos profissionais de saúde. Ampararei os que estão angustiados, pelas pessoas doentes de quem não se podem aproximar para evitar o contágio", começou por rezar o bispo para prosseguir: “Mãe de Deus e nossa Mãe rogai por nós a Deus Pai de Misericórdia, que esta dura provação termine e que de novo se abre um horizonte e de paz. Como em Canã intercedei junto de vosso divino Filho pedindo-lhe que conforte as famílias dos doentes e das vítimas e abra o seu coração à confiança”.
O bispo terminou a sua oração com um pedido: “Maria santíssima tocai as consciências para que as desmedidas somas de dinheiro gastas para aumentar e aperfeiçoar armamentos sejam antes destinadas à promoção de estudos adequados a prevenir catástrofes como estas".