Papa condena violência no Congo e pede orações pela Ucrânia
26-10-2022 - 10:09
 • Aura Miguel

A catequese desta quarta-feira foi dedicada aos riscos que o desânimo e a desolação podem causar quando nos propomos fazer um trabalho, um estudo ou tomar decisões importantes na vida.

“Assistimos horrorizados aos acontecimentos que continuam a ensanguentar a República Democrática do Congo”, disse esta manhã o Papa no final da Audiência geral.

“Exprimo a minha firme deploração pelo assalto inaceitável ocorrido há dias em Maboya, na província do Kivu do Norte, onde foram mortas pessoas indefesas, entre elas, uma religiosa empenhada na assistência saúde”, disse.

O ataque a que o Papa se refere, da responsabilidade de um grupo rebelde auto-denominado Forças Democráticas Aliadas, atingiu um hospital. Os rebeldes pilharam tudo, levaram medicamentos e, no final, incendiaram o edifício, matando vários doentes, incluindo a Irmã Marie-Sylvie Kavuke Vakatsuraki, médica que lá estava a trabalhar.

“Rezemos pelas vítimas e seus familiares e também por aquela comunidade cristã e habitantes daquela região, há demasiado tempo exaustos pela violência”, pediu o Papa.

Antes da benção final, Francisco também pediu para se continuar a rezar pela martirizada Ucrânia. “Que o Senhor proteja aquela gente e nos conduza a todos pela estrada de uma paz duradoura”, afirmou.

A catequese desta quarta-feira foi dedicada aos riscos que o desânimo e a desolação podem causar quando nos propomos fazer um trabalho, um estudo ou tomar decisões importantes na vida.

“Saber ler esta tristeza é importante, para evitar que o tentador a utilize como instrumento para nos desencorajar. Quando o desânimo sobrevém, devemos continuar com firmeza o que nos tínhamos proposto fazer. Se abandonássemos o trabalho ou o estudo por sentir tédio ou tristeza, nunca terminaríamos nada”, avisou o Papa. E o mesmo sucede na vida espiritual: “Infelizmente, por causa da desolação, alguns abandonam a oração, e até o matrimónio ou a vida religiosa, sem parar, primeiro, a interpretar esse estado de espírito, com a ajuda de uma pessoa prudente”, acrescentou.

A regra de ouro, diz Francisco, é “nunca fazer alterações em tempo de desolação, antes aproveitar a desolação como uma oportunidade para converter a vida ou para imitar Jesus naquela firme resolução com que rejeitou as tentações”.