Caster Semenya não vai defender a sua medalha de ouro nos 800 metros dos próximos Mundiais de atletismo, que se realizam em Doha, no Qatar.
O Supremo Tribunal Federal da Suíça rejeitou o recurso da atleta sul-africana contra uma nova regra da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), que obriga atletas que sofram de hiperandrogenismo a tomar supressores de testosterona, de forma a baixar os níveis da hormona masculina, para continuar competir nas provas femininas.
Caster Semenya já deixou bem claro que não incorrerá em qualquer tratamento para alterar os seus níveis hormonais. Quer isto dizer que não marcará presença nos Mundiais de atletismo.
"Estou muito desiludida por não poder defender o título que tanto me custou a ganhar, mas isto não me vai impedir de continuar a minha luta pelos direitos humanos de todas as atletas a quem este assunto diz respeito", sublinhou a atleta sul-africana, de 28 anos, campeã mundial dos 800m em 2009, 2011 e 2017, em comunicado.
Também em comunicado, a advogada de Semenya que lidera o processo, Dorothee Schramm, garantiu que a atleta não vai parar de lutar pelo que considera serem os seus direitos: "A decisão do juiz não tem impacto no recurso. Vamos continuar com o recurso e a lutar pelos seus direitos humanos fundamentais. Uma corrida só se decide na meta."
O hiperandrogenismo caracteriza-se por uma produção natural de testosterona acima do que é considerado normal para as mulheres. Ou seja, Semenya nasceu com estes níveis da hormona em causa.
Importa referir, contudo, que as novas regras da IAAF, que estão em vigor desde o dia 8 de maio, aplicam-se apenas às provas entre os 400 e os 1500 metros, pelo que Caster Semenya poderia dedicar-se a distâncias mais curtas (60, 100 e 200m) ou mais longas (de 1500m para cima).