O Presidente turco, Tayyip Erdogan, declarou esta quarta-feira o estado de emergência no país, uma medida na sequência do golpe de Estado falhado da semana passada.
As medidas excepcionais previstas no estado de emergência vão vigorar, pelo menos, durante três meses. A decisão foi aprovada pelo conselho de segurança turco.
Erdogan garante que a medida está de acordo com a Constituição do país, não representa um ataque ao Estado de Direito nem pode ser criticada pela Europa.
O anúncio foi feito numa entrevista à estação de televisão Al Jazeera em que Erdogan disse acreditar que países estrangeiros podem estar por detrás do golpe de Estado falhado da semana passada.
O Presidente turco deixou a insinuação no ar, mas recusou avançar nomes.
Desde a tentativa de golpe já foram presas ou suspensas
de funções cerca de 60 mil militares, polícias e outros funcionários públicos,
mas Erdogan rejeita a existência de uma deriva autoritária ou que a democracia esteja
ameaçada na Turquia.
Garante que vai exercer as suas funções de comandante supremo das Forças Armadas para eliminar o que apelidou de "vírus" que atinge a instituição militar.
A purga continua
De acordo com um canal privado de televisão NTV, só esta quarta-feira foram detidos 113 elementos do sector da Justiça, entre os quais dois juízes do Tribunal Constitucional.
Noventa e nove oficiais das Forças Armadas também foram formalmente acusados de envolvimento na tentativa de golpe.
O Presidente turco prometeu fazer uma “limpeza” nas instituições do Estado após a revolta militar da última sexta-feira. Desde então, cerca de 60 mil soldados, polícias, juízes, professores e outros funcionários públicos foram detidos, investigados ou afastados de funções.