As cidades de Lisboa e do Porto precisam de, pelo menos, mais 20 mil camas para estudantes, aponta um estudo publicado esta quinta-feira pela consultora Cushman & Wakefield.
De acordo com o mesmo estudo, o número de alunos inscrito no Ensino Superior está a aumentar, mas o alojamento está longe de responder às crescentes necessidades.
O investimento previsto para os próximos três anos para as duas maiores cidades do país vai aumentar a oferta residencial para os estudantes em mais oito mil camas, mas ainda não chega. São precisas, pelo menos, mais 20 mil.
Neste momento, a oferta residencial para estudantes em Lisboa e no Porto está bastante abaixo da média europeia, só Milão fica pior na fotografia.
“A oferta em Lisboa é especialmente baixa dada a dificuldade em identificar boas oportunidades de promoção a preços viáveis, uma vez que estas competem diretamente com o mercado residencial, cada vez mais caro”, refere a consultora.
Nos últimos quatro anos registou-se um aumento significativo do investimento nesta área, em Portugal. No primeiro trimestre deste ano já representou 6% do total do dinheiro aplicado em projectos de construção.
Para Ana Gomes, Head of Development & Living da Cushman & Wakefield Portugal, “o país reúne todas as condições para continuar a verificar um aumento do investimento nas residências de estudantes”, há falta de oferta e a procura aumenta.
“Isto faz com que exista um interesse crescente por parte de investidores, o que nos próximos anos deverá resultar no surgimento de novos empreendimentos que reforcem o número de camas disponíveis para os estudantes universitários. Aliás, o número de novas camas já programadas para entrar no mercado nos próximos três anos é superior ao número de camas privadas já em operação”, acrescenta.
Atualmente, existem três tipos de alojamento residencial para alunos: as residências públicas, que estão em maioria, são cerca de 68% da oferta nacional, mas estão muitas vezes “ultrapassadas e não oferecem uma opção atrativa para os finalistas”; são complementadas por camas disponibilizadas por instituições religiosas (2%); o sector privado já representa 30% da oferta residencial no país, são cerca de 6700 camas.
Nas grandes cidades, a oferta residencial privada representa cerca de 60% das camas disponíveis. A oferta pública e religiosa responde às necessidades no resto do país.
A tudo isto tem que se somar o mercado privado dos quartos e casas privadas que todos os anos são alugados a estudantes, para os quais não existem números oficiais.
Este estudo conclui ainda que há três factores que determinam a escolha da residência: a localização e acessos, a proximidade a serviços e à vida noturna e a renda.