O número de mortos subiu para 22 após a descoberta de outro corpo” que estava por localizar no seguimento das enchentes que afetaram várias cidades da região de Estahban e arredores, indicou o chefe da organização de socorro local, Javad Moradian.
“Muitos moradores e visitantes tinham ido para a beira do rio quando ficaram presos pela subida das águas” na passada sexta-feira, disse Yousef Kargar, governador da cidade de Estahban, citado pela agência noticiosa Irna.
Vídeos exibidos em orgãos de comunicação social iranianos mostram viaturas caindo no rio Roodbal e sendo levados pela corrente de água.
O Irão sofreu repetidas secas na última década, mas também inundações regulares devido a chuvas torrenciais, fenómeno que é agravado pela aridez do solo.
No sábado, o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, exortou o governador da província de Fars a investigar o caso por forma a esclarecer a tragédia e compensar as vítimas, refera a agência Irna.
O ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi, viajou para a região para “supervisionar as operações de resgate e confortar as famílias das vítimas”, de acordo com a mesma fonte.
O instituto meterológico da província alertou, entratanto, para a possibilidade de “chuvas mais intensas no final desta semana”.
Em janeiro passado, oito pessoas morreram na região de Fars, também devido a inundações., enquanto no vizinho Iraque 12 pessoas morreram após chuvas torrenciais verificadas em dezembro de 2021.
Em 2019, fortes chuvas no sul do Irão mataram pelo menos 76 pessoas e causaram avultados prejuízos materiais.
Segundo especialistas, as mudanças climáticas estão a amplificar os episódios de seca, ameaçando a segurança alimentar, tendo a questão climática tornado-se motivo de protesto para muitos iranianos que sofrem com os caprichos do clima.
Nos últimos meses, milhares de pessoas manifestaram-se contra a seca dos rios, principalmente no centro e no sudoeste do Irão.
Em meados de julho, manifestantes foram detidos depois de protestarem contra a seca de um dos maiores lagos salgados do mundo, o Lago Urmia, no noroeste do Irão, refere a Irna.
A seca deste lago, iniciada na década de 1990, é considerada um desastre ecológico para esta região noroeste do Irão.
As tempestades de areia também aumentaram nos últimos tempos, à semelhança de todo o Médio Oriente, obrigando os habitantes e as repartições púbicas a fecharem as suas portas em muitas áreas do país, tentando evitar problemas respiratórios.
No total, tempestades de areia e poeira afetam mais de 150 países e regiões, com impactos que incluem meio ambiente, saúde e economia, de acordo com dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM).