Os presidentes ucraniano, Volodymyr Zelensky, e francês, Emmanuel Macron, apelaram este fim de semana a um aumento da pressão sobre a Rússia através da imposição de “novas sanções”, numa declaração conjunta divulgada após um encontro no domingo à noite, em Paris.
“A Ucrânia e França estão de acordo quanto à necessidade de aumentar a nossa pressão coletiva sobre a Rússia através de novas sanções, para enfraquecer a capacidade do país de prosseguir a sua guerra de agressão ilegal”, declararam os chefes de Estado dos dois países.
França vai treinar e equipar vários batalhões ucranianos com “dezenas de veículos blindados e tanques ligeiros” para ajudar a Ucrânia a combater os invasores russos, que travam há mais de 14 meses uma guerra de agressão no seu território, anunciaram Macron e Zelensky, no final de um jantar de trabalho no palácio do Eliseu.
“Nas próximas semanas, França vai treinar e equipar diversos batalhões com dezenas de veículos blindados e tanques ligeiros, entre os quais os AMX-10RC”, especificaram, na declaração conjunta.
Paris vai também concentrar os “esforços no apoio à capacidade de defesa antiaérea da Ucrânia”, acrescenta-se no texto.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 446.º dia, 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.