“Qual seria a sua maior alegria?”. Tomás Adrego gostava de ter perguntado ao Papa Francisco o que é que o faria ficar contente. O adolescente de 12 anos, natural de Santa Maria da Feira, foi uma das sete mil crianças de 84 países que, na última segunda-feira, esteve no Vaticano para um encontro com o Papa.
À reportagem da Renascença, Tomás assegura não ter a “mínima dúvida de que o Papa ficaria muito contente se fosse possível a paz no mundo”.
“Dá para se ver bem a sua preocupação porque nos seus discursos o que mais se ouve são apelos à paz. Também o ouvimos falar do cuidar da natureza, mas o que mais apela é ao fim das guerras”, reforça.
Tomás sublinha que no encontro de segunda-feira Francisco voltou “a insistir nos apelos à paz” e recordou mesmo uma das frases que lhe ficou na memória.
“O Papa disse que estamos a viver uma guerra terrível e que a guerra tira a paz e tira as nossas vidas, e que precisamos de pensar um pouco, e trabalhar pela paz”, relata.
Tomás frequenta a catequese na paróquia de Travanca, em Santa Maria da Feira, onde integra também um pequeno grupo do Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianças (MAAC), o qual faz parte da organização internacional Movimento Internacional do Apostolado Infantil na Europa (MIDADE)
Foi através desta organização, explica a mãe do jovem, Maria das Neves Jesus, que surgiu o convite para o encontro. “Pusemos-lhe em cima da mesa que era uma oportunidade única. Não só por ir ver o Papa, mas também porque ia contactar com crianças e adolescentes de outras realidades. E foi isso de certa forma que o entusiasmou”, conta Maria das Neves, que é uma das animadoras do grupo MAAC e também coordenadora da Liga Operária Católica (LOC) na diocese do Porto.
O valor que pode ter um pacote de Nutela
No pequeno período passado em Itália, Maria das Neves Jesus ficou impressionada com as dificuldades demonstradas por algumas crianças de países da América do Sul.
“Uma das coisas que nos marcou foi, por exemplo, ver as crianças do Brasil e do Perú que estavam alojadas na casa onde nós estávamos a meter ao bolso os pacotes de Nutela porque no país deles era muito caro comprar. Aquilo, para nós, foi muito marcante porque podemos ter algumas dificuldades, mas conseguimos comprar um frasco de Nutela. Eles diziam que nunca compravam e estavam a aproveitar para meter no bolso para levarem”, relata.
Tomás apenas disse aos colegas de turma que esteve em Itália, e tem resposta pronta se o encontro com o Papa vier a ser tema de conversa. “Vou dizer que foi uma experiência fixe e que a comida de lá é boa”, confidencia.