O ministro das Finanças, Mário Centeno, congratulou-se esta sexta-feira com o défice que se fixou em 2,5% do PIB até Setembro, considerando "uma boa notícia", que permite garantir que o país sairá do procedimento de défice excessivo.
"É uma boa notícia para a economia portuguesa", salientou o governante, numa declaração aos jornalistas, depois da divulgação pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) do défice orçamental das administrações públicas, que se fixou em 3.405,6 milhões de euros até Setembro, ou seja, 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em declarações aos jornalistas, no Ministério das Finanças, Mário Centeno disse que os dados garantem o cumprimento dos compromissos para que o país saia do procedimento de défice excessivo, realçando que, com este crescimento “saudável e sustentável, cai assim mais um mito sobre a política orçamental deste Governo".
Mário Centeno deixou igualmente um recado aos que duvidaram da execução orçamental, alegando que existia “uma impossibilidade matemática de cumprimento das metas”, criticando quem não fez “o seu trabalho” e se limitou “a recitar números pré-construídos” sem adesão à “realidade”.
De acordo com as contas trimestrais por sector institucional, publicadas esta sexta-feira pelo INE, em contas nacionais, a óptica que conta por Bruxelas, nos três primeiros trimestres de 2016, "o saldo global das administrações públicas fixou-se em -3.405,6 milhões de euros, representando -2,5% do PIB", valor que compara com um défice de 3,4% em igual período do ano passado.
O INE explica que esta melhoria do saldo foi determinada por um aumento da receita total em 0,8%, mas também por uma diminuição da despesa em 1,1%.
Do lado da receita, destaca o aumento em 5,6% dos impostos sobre a produção e importação e de 3,6% das contribuições sociais. Na despesa, o decréscimo da despesa de capital em 32,7%, que representou 1,7% do PIB (2,7% do PIB no mesmo período do ano anterior), verificando-se uma diminuição de 28,4% no investimento.
Segundo o gabinete de estatísticas, a capacidade de financiamento da economia foi de 0,9% do PIB no ano terminado no terceiro trimestre, mais 0,1 pontos percentuais do que a observada no trimestre anterior.