João Cotrim Figueiredo, líder e deputado da Iniciativa Liberal
(IL), levou para a sessão solene do 25 de Abril a polémica sobre a participação
no desfile comemorativo dos 47 anos da Revolução do 25 d Abril para atacar a
“esquerda sectária” que, considera, não dá futuro ao país.
“Queremos celebrar uma data da qual ninguém se pode apropriar”, disse Cotrim Figueiredo, atacando: “A esquerda sectária do alto da sua arrogância moral e intelectual acha que é dona do 25 de abril e a direita ambígua permitiu-o por falta de comparência.” Uma farpa aos outros partidos da direita que não participam tradicionalmente no desfile na avenida da Liberdade, em Lisboa.
Os liberais querem celebrar a Revolução porque pôs fim a uma ditadura que impediu as liberdades políticas, económicas e sociais. Mas também porque acham que essa revolução continua por cumprir. “O 25 de Abril deu-nos a oportunidade de criar um país diferente. 47 anos depois ainda não soubemos aproveitar”, afirmou Cotrim Figueiredo, dirigindo-se sobretudo aos jovens que “sentem o desespero” dos baixos salários e da falta de oportunidades “para quem não tem o cartão do partido certo”.
O deputado liberal também criticou a burocracia e as dificuldades no acesso à saúde, os “milhares de milhões que existem para enterrar na TAP”, mas faltam para direitos básicos. E disse que os portugueses já não acreditam que algo vai mudar quando passar a pandemia ou quando chegar o dinheiro da chamada “bazuca” europeia.
“Há outro caminho e esse caminho é o liberalismo”, afirmou Cotrim Figueiredo, terminando o discurso com nova referência ao desfile da avenida onde, garante, “os liberais vão estar com abertura e com os olhos postos no futuro”.