A partir de agora são os médicos que vão às cadeias tratar os reclusos e não o contrário. A medida está prevista num despacho publicado esta sexta-feira e a que a Renascença teve acesso.
Assim, passa a ser alargado a todo o país o projecto-piloto que decorre entre o Hospital de São João (Porto) e o estabelecimento prisional de Custóias.
Numa população em que a taxa de HIV ronda os 45% e as hepatites são superiores a 10%, a mudança faz toda a diferença, diz à Renascença o director dos Serviços Prisionais.
"É sempre um bocadinho degradante os indivíduos irem algemados
para o hospital. Depois, em termos logísticos dá-nos um grande apoio porque
cada vez que tínhamos de levar um individuo ao hospital tinha de ir um carro
celular, três guardas. Agora nós damos o transporte, vamos lá buscar os médicos
, num carro normal, e eles fazem a consulta a toda a gente", explica Celso Manata.
A medida tem também impacto clínico no tratamento das doenças mais recorrentes.
"Está demonstrado cientificamente que os programas que existem para tratamento deste tipo de problemáticas podem ter mais sucesso nos estabelecimentos prisionais do que em meio livre por causa da toma assistida", acrescenta.