O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou-se "profundamente inquieto" perante a escalada da violência no enclave rebelde de Ghouta oriental, região nos arredores de Damasco controlada por forças que ainda resistem ao regime sírio.
"Está profundamente preocupado com a situação no Ghouta Oriental e com o impacto devastador que está a ter sobre os civis", disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), mais de 100 civis, incluindo 15 crianças, foram mortas na terça-feira em Ghouta oriental, elevando para 225 o número de civis mortos desde domingo.
As tropas de Damasco preparam-se para desencadear uma operação terrestre de envergadura contra este bastião rebelde, o último perto de Damasco, cercado desde 2015 e onde ainda permanecem 400.000 pessoas.
O regime pretende retomar o controlo de Ghouta para pôr termo aos disparos de rockets dos rebeldes sobre Damasco. Segundo a agência oficial Sana, nove civis foram mortos e 498 feridos em bombardeamentos rebeldes sobre a capital na terça-feira.
António Guterres exortou todas as partes envolvidas no conflito a respeitar os princípios fundamentais dos direitos humanos, incluindo a proteção de civis durante conflitos armados, disse o porta-voz do secretário-geral da ONU.
"Quase 400 mil pessoas no Ghouta oriental estão sujeitas a ataques aéreos e bombardeios", denunciou Dujarric.
Sitiados pelas forças do governo sírio, os residentes do leste de Ghouta "vivem em condições extremas, particularmente de desnutrição", disse.