Vítor Gaspar culpa Banco de Portugal pela injecção de milhões no Banif
17-05-2016 - 11:13
 • André Rodrigues

O ex-ministro Vítor Gaspar responsabiliza Banco de Portugal pela injecção de 1,1 mil milhões de euros no Banif. Esta é uma das principais ideias a extrair da carta do ex-titular da pasta das Finanças à comissão parlamentar de inquérito ao caso.

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O ex-ministro Vítor Gaspar responsabiliza Banco de Portugal pela injecção de 1,1 mil milhões de euros no Banif. Esta é uma das principais ideias a extrair da carta do ex-titular da pasta das Finanças à comissão parlamentar de inquérito ao caso.

Neste documento a que a Renascença teve acesso (e que pode ler em PDF aqui), Vítor Gaspar adianta que o regulador assegurava a viabilidade da instituição.

Na missiva enviada à Comissão de Inquérito à resolução do Banco do Funchal, o antigo governante – que agora lidera o departamento de estudos orçamentais do Fundo Monetário Internacional (FMI) – esclarece que o banco central concluiu em 2012 que a recapitalização do banco era a melhor salvaguarda da estabilidade financeira, dos interesses do Estado e dos contribuintes.

Vítor Gaspar diz ainda que, segundo Carlos Costa, o Banif era uma instituição viável e foi do governador a palavra determinante para que fosse utilizado dinheiro público à luz das regras europeias.

O antigo ministro ressalva, contudo que o regulador exerceu o seu julgamento com base na informação disponível na altura. No entanto, diz, se é verdade que a liquidação seria mais gravosa do que o auxílio estatal, também se conclui que a resolução foi prejudicial.

Certo é que o empréstimo estatal ao Banif, em inícios de 2013, foi insuficiente para garantir a sua viabilidade.

A instituição não devolveu parte da recapitalização de 1,1 mil milhões de euros.

Venda a 20 de Dezembro

O Banco de Portugal confirmou a venda do Banif ao Banco Santander por 150 milhões de euros. Foi decidido ainda dividir o banco insular em dois: a parte "boa" passa para o controlo do banco espanhol e os activos tóxicos serão transferidos para um veículo de gestão de activos.

No Banif, que continua a existir, permanecem activos para serem liquidados no futuro.

O Estado tinha 60,5% do Banif.