Está assinado por Moscovo e Kiev, em separado, o acordo para a exportação de cereais ucranianos, mas permanecem dúvidas sobre as verdadeiras intenções e contrapartidas da Rússia.
Em reação, à Renascença, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal admite que desconfia da vontade de Putin com este acordo.
"Isto não traz vantagens para a Ucrânia. A Rússia já confirmou durante todos estes anos de agressão que tudo o que faz não é caminh para paz", considera.
Na Turquia, o secretário-geral da ONU, António Guterres, comparou este acordo a um farol de esperança.
No entanto, o antigo embaixador Mário Godinho de Matos não acredita que o acordo para exportação de cereais sirva de primeiro passo para um futuro acordo de paz.
"Face à situação atual, é difícil de imaginar um acordo. É um gesto da Rússia para demonstrar abertura num setor sensível", analisa.
O diplomata questiona ainda quais são as contrapartidas que foram exigidas a Vladimir Putin, para se assinar este acordo.
Mário Godinho de Matos recorda que uma das condições impostas por Moscovo seria o levantamento "de todas as restrições aos cereais russos", o que, até agora, não foi anunciado.
"Vamos ver, porque tudo isto está muito nebuloso".