Isabel dos Santos pondera ser candidata à presidência de Angola. A possibilidade foi admitida pela empresária numa entrevista à RTP, a partir de Londres.
A filha do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, que está a ser investigada pela justiça angolana, pode defrontar João Lourenço nas próximas eleições, em 2022.
"Eu farei tudo o que terei de fazer para defender e prestar os serviços à minha terra, ao meu país, Angola", afirmou. Questionada sobre uma eventual candidatura, Isabel dos Santos respondeu: "é possível".
Aquela que é considerada a mulher mais rica de África considera que está a ser alvo de um "processo político" e "seletivo", travestido de combate à corrupção.
"Não podemos utilizar a luta contra a corrupção, ou a suposta luta contra a corrupção, de forma seletiva para poder neutralizar o que nós achamos que podem ser futuros candidatos políticos. O que se está a fazer hoje em Angola são processos políticos, são processos seletivos, que têm a ver com a luta de poder dentro do próprio MPLA", sublinha.
Numa crítica ao Presidente João Lourenço, Isabel dos Santos defende que a governação do MPLA tem, atualmente, "um problema, porque o seu balanço económico e social, nos últimos dois/três anos, é muito fraco".
"Não apresenta resultados. Estamos a chegar a um sistema em que o país pode chegar à bancarrota", adverte Isabel dos Santos.
No final de 2019, o Tribunal Provincial de Luanda decretou o arresto preventivo de contas bancárias pessoais da empresária angolana, bem como de Sindika Dokolo e Mário da Silva, além de nove empresas nas quais detêm participações sociais.
Em causa estão negócios com um prejuízo para o Estado angolano de cerca de mil milhões de euros, indicou na altura a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola.
Isabel dos Santos reagiu em comunicado. A filha do antigo Presidente negou as acusações em que é visada num processo que afirma ser “politicamente motivado”.