O líder do movimento Nova Ordem Social (NOS), Mário Machado, foi detido esta terça-feira em casa pela Polícia Judiciária, disse à Lusa o advogado José Manuel Castro.
A detenção deveu-se a uma publicação na Internet "já com alguns anos", confirmou à Lusa o advogado José Manuel Castro.
"Mário Machado foi detido, concretamente, por uma publicação na Internet já com alguns anos. Foi esse o motivo que levou à origem da detenção. Era uma publicação em que apelava à detenção de um indivíduo que terá cometido um homicídio numa discoteca no Algarve. Curiosamente, nessa publicação não vinha referida a cor de pele ou etnia de ninguém", disse o advogado, que representa Mário Machado em diversos processos, entre eles o "Hells Angels".
Sublinhando que o processo está em "segredo de justiça", José Manuel Castro evitou pronunciar-se sobre as informações que apontavam para alegadas buscas efetuadas na residência do antigo líder da Frente Nacional.
O advogado acrescentou ainda ter encontrado Mário Machado "confiante" e que o seu cliente deve ser ouvido nas próximas horas nas instalações da PJ ou do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
"Como se configuram os factos, [estes] não admitem medida privativa de liberdade. Está [Mário Machado] confiante de que ainda hoje ou, o mais tardar, amanhã sairá em liberdade", sentenciou.
José Manuel Castro disse ainda que o líder do NOS foi levado para o estabelecimento prisional anexo à PJ.
O antigo líder da Frente Nacional foi detido em casa, em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures, cerca das 07h00.
Mário Machado tem um longo historial de violência e ligação a grupos extremistas. Depois de cumprir vários anos de prisão por fazer parte do grupo de skinheads que assassinou Alcindo Monteiro em 1995, chegou a liderar os Hammerskins, a fação mais violenta dos skinheads, e tornou-se um elemento central do Grupo 1143, um núcleo neonazi da claque Juve Leo, do Sporting.
Foi detido mais vezes, incluindo por posse de arma, depois de numa reportagem na televisão ter mostrado uma espingarda que tinha em casa, e mais recentemente viu-se envolvido no caso "Hells Angels". Nessa situação Mário Machado revelou uma face mais colaborativa com a justiça. Atacados por elementos desse grupo motard num restaurante, por estar a formar um grupo rival em Portugal, Machado e os seus amigos telefonaram para a Polícia, acabando depois por colaborar com o Ministério Público.
[Notícia atualizada às 6h00 de dia 10]