Um relatório encomendado pelas Nações Unidas a cientistas independentes revela que Portugal está entre os 30 países mais sustentáveis do mundo.
Numa lista de 162 países - liderada pela Dinamarca, Suécia e Finlândia - Portugal está na posição 26 ao ter alcançado 76,4 pontos de um máximo de 100.
De todos os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) adotados na Agenda 2030, Portugal destaca-se, sobretudo, no capítulo das energias renováveis e acessíveis, que deve garantir o acesso a fontes de energia fiáveis, sustentáveis e modernas para todos.
Também foram apurados dados favoráveis na saúde de qualidade (objetivo 3), trabalho digno e crescimento económico (ODS 8) e cidades e comunidades sustentáveis (ODS 11).
Segundo o relatório, o país continua com grandes desafios na erradicação da fome e nos objetivos 12, 13 e 14: produção e consumo sustentáveis, ação climática e proteção da vida marinha, respetivamente.
À semelhança da maioria dos países, Portugal tem tido um desempenho negativo no objetivo 13, da ação climática, que consiste em adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas nas políticas, estratégias e planeamentos nacionais.
Top 10 são europeus
Os 10 países com desenvolvimento mais sustentável são membros da União Europeia.
A liderar surge a Dinamarca, com 85,2 pontos. Suécia, Finlândia, França e Áustria são os países que se seguem. Nos 10 melhores entram também Alemanha, República Checa, Noruega, Holanda e Estónia.
O relatório, produzido por uma equipa de 15 especialistas independentes eleitos pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, é o primeiro a avaliar o cumprimento dos ODS, adotados há quatro anos.
Intitulado “O Futuro é agora: Ciência para atingir desenvolvimento sustentável”, o documento de 480 páginas vai ser lançado oficialmente no fórum político de alto nível para o desenvolvimento sustentável da ONU (SDG Summit), que se realiza em 24 e 25 de setembro em Nova Iorque.
Os cientistas consideram que o progresso feito nos últimos 20 anos está em risco de se reverter devido a desigualdades sociais e declínios “potencialmente irreversíveis” no ambiente.
De forma geral, o relatório conclui que as mudanças e o desenvolvimento sustentável do mundo são demasiado lentos e não vão garantir o cumprimento dos ODS até 2030.