A seleção portuguesa terminou sem glória a participação no Euro2020. Com a derrota frente à Bélgica, a equipa abandonou prematuramente a defesa do título alcançado em 2016, em França.
Na capital da Andaluzia, numa noite de muito calor e num relvado em mau estado, faltou à seleção o bafejo de sorte que lhe sorriu há cinco anos em França. Basta recordar que na fase a eliminar do Euro2016, Quaresma decidiu aos 117 minutos os oitavos de final frente à Croácia.
Nos quartos, Portugal afastou a Polónia na “lotaria” dos penaltis após uma igualdade a zero. E na final, um momento de inspiração de Éder deu no prolongamento frente à França a coroação à equipa das quinas.
Em suma, a fortuna que sobejou em 2016 à seleção portuguesa, faltou neste europeu. O mote do infortúnio tinha sido dado pela pior exibição de que há memória, em Munique frente à Alemanha, num jogo que mesmo assim Renato Sanches poderia ter relançado quando acertou no poste da baliza de Neuer, ao minuto 78. No jogo seguinte, em Budapeste, diante da à França, o árbitro espanhol Mateu Lahoz equivocou-se ao assinalar um penalti inexistente perto do intervalo, revitalizando a equipa francesa quando Portugal comandava o marcador. Em Sevilha, no primeiro jogo da fase a eliminar, ante a Bélgica, a equipa de Fernando Santos não teve sorte. A bola no poste de Raphael Guerreiro, 24 remates e zero golos, e a eficácia plena da Bélgica com um remate enquadrado e um golo, traduzem um conjunto de azares que ditaram a saída do conjunto de Fernando Santos do europeu de futebol.
Claro que Portugal precisaria de mais Bernardo Silva e Diogo Jota. Também se poderiam discutir erros de casting do selecionador que insistiu no segundo jogo em William Carvalho quando Renato Sanches tinha mostrado argumentos para ser titular.
Mas sem querer dissimular o pior registo de sempre da seleção num europeu de futebol, falhando pela primeira vez os quartos de final, reconheça-se que a sorte desta vez foi madrasta. O golo de Thorgan Hazard perto do intervalo decidiu um jogo que Portugal não mereceu perder.
O jogo do adeus foi a pedra de toque do (H)azar(d) que fustigou o campeão da europa na competição.