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O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, responsabilizou este sábado, em conferência de imprensa um dia antes da final da Taça, alguns jogadores de "involuntariamente" terem desencadeado os graves incidentes na Academia do clube, na terça-feira.
O mais visado foi Rui Patrício, que Bruno de Carvalho acusou de, num incidente anterior no parque de estacionamento do estádio de Alvalade, ter insultado os adeptos de dizer "que estavam pagos".
"O Rui Patrício não pode dizer aos adeptos que sabe que estão pagos. Ele tem de ter mais inteligência do que isso", acusou Bruno de Carvalho, numa conferência de imprensa que demorou mais de uma hora onde Bruno de Carvalho disse que eventuais pedidos de rescisão de contrato dos jogadores não tinham fundamento. "Não nos venham falar em rescisões", disse mesmo o presidente.
Para o presidente do Sporting, o facto de alguns jogadores terem confrontado os adeptos provocou todo este clima de violência no clube. "Não podemos entrar neste tipo de situações com os adeptos. Estou a dizer que isso merecia um acto criminoso? Nunca", defendeu, no entanto, o presidente de Sporting.
A administração da SAD não deu autorização a “entrada de absolutamente ninguém” na Academia ligado às claques, disse Bruno de Carvalho. “Em cinco anos nunca houve um episódio destes na Academia”, frisou.
Bruno de Carvalho considera que o ataque à Academia foi desencadeado por acontecimentos no aeroporto da Madeira, após a derrota com o Marítimo, que ditou o afastamento da Liga dos Campeões na próxima temporada.
“Foi um ato hediondo, mas que tem o seu início. Fala-se num jornal que eu teria dado o aval a agressões e que esse aval teria sido no dia 6 de abril. O que neste momento sabemos é que na Madeira houve atletas do Sporting que infelizmente, por impulsividade, pelo seu temperamento quente, não conseguiram aguentar aquilo que é a frustração e, cuidado, não sou um grande apologista, mas eu próprio sofri na pele no jogo com o Paços de Ferreira assobios e impropérios, e houve jogadores que não conseguiram aguentar essa situação e eu confesso que os percebo, porque já passei por isso, é duro para pessoas de sangue quente, que se sentem de alguma forma injustiças mas temos que saber na vida aguentar e aceitar”, disse.
“Acontece que nesse momento e no aeroporto foram trocadas palavras com alguma gravidade com adeptos do Sporting Clube de Portugal cujo todo o ato de intimidação condenamos de forma veemente, mas a verdade é que sem o nosso conhecimento foi dito por um dos ex-líderes da claque Juventude Leonina que iria na terça-feira falar com esses atletas que lhes chamaram nomes e que se viraram. E continuo a dizer que os atletas não tiveram culpa absolutamente naquilo que se assou na Academia, que foi um ato criminoso e vil, mas que teve uma origem de fato, e não foi com certeza a 6 ou 7 de abril quando eu estava a um dia de saber se a minha filha mais nova sobrevivia ou não”, sublinhou.
“Os jogadores são família para mim"
Numa longa conferência de imprensa, de cerca de duas horas, o líder leonino disse ainda que "os jogadores são família para mim. Jamais em tempo algum deixava que fizessem mal à minha família”.
Bruno de Carvalho considerou que tudo o que se passou foi um "ato bárbaro de vandalismo e terrorismo" e revelou que teve uma reunião no dia anterior com os jogadores, em que os próprios não transmitiram qualquer motivo de preocupação.
Bruno de Carvalho acusou os jornalistas de manipularem as suas palavras. "Aproveitaram-se de um homem que estava abatido, que estava em estado de choque com o que viu na Academia, que disse isso, mas tentaram e conseguiram colar na opinião pública que aquilo que eu disse sobre aquele ato hediondo foi que era chato e que o crime faz parte do dia a dia. Vocês conseguiram manipular as palavras, tirá-las do contexto e desonrar um homem que é honrado, digno e merecedor de respeito e que tem os seus direitos enquanto ser humano e presidente do Sporting", criticou.
Bruno de Carvalho recorreu à conferência de imprensa para disparar em todas as direções: acusou os jogadores, disse que era José Maria Ricciardi quem estava por detrás das notícias sobre um alegado caso de corrupção que envolve o clube e acusou a comunicação social de estar a destabilizar o clube e a sua vida pessoa.
"O clube está a ser alvo de bullying e terrorismo", acusou Bruno de Carvalho.