O presidente e a primeira-ministra da Finlândia anunciaram, esta quinta-feira, o seu apoio na adesão do país à Aliança Atlântica. "A Finlândia deve candidatar-se à NATO sem demora", assumiram Sanna Marin e o Sauli Niinisto numa declaração conjunta.
"A adesão à NATO fortaleceria a segurança da Finlândia. Como membro da NATO, a Finlândia fortaleceria toda a aliança de defesa", lê-se no comunicado assinado pelo presidente Sauli Niinistö e pela primeira-ministra Sanna Marin.
"Esperamos que as medidas nacionais ainda necessárias para tomar essa decisão sejam tomadas rapidamente nos próximos poucos dias", acrescentam.
Os líderes da Finlândia referem que "foi necessário tempo para deixar o Parlamento e toda a sociedade estabelecerem as suas posições" sobre a adesão do país à Aliança Atlântica. "Foi necessário tempo para contactos internacionais estreitos com a NATO e os seus países membros, bem como com a Suécia", indicam.
A decisão deve ser anunciada oficialmente no próximo domingo em Helsínquia.
Uma sondagem recente revela que 76% dos finlandeses concordam com a adesão, face aos 30% pré-conflito na Ucrânia.
A Finlândia partilha uma fronteira de 1.300 km (810 milhas) com a Rússia. O país ficou fora da NATO por razões que têm a ver com uma cláusula imposta no acordo de paz assinado com a União Soviética, no final da Segunda Guerra Mundial.
No caso da Suécia, foi mais uma opção de princípio pela neutralidade nacional que o país há muito alimenta e que, aliás, permitiu à Suécia ser mediadora de vários conflitos internacionais ao longo das décadas, justamente por ser considerado um país neutral. Só que a verdade é que a aproximação ao ocidente tem sido progressiva nos últimos anos, quer da Suécia quer da Finlândia, primeiro com adesão à União Europeia, em 1995, e agora a rota para a NATO que parece também irreversível.
O Reino Unido assinou esta semana um acordo mútuo de defesa com a Finlândia e a Suécia no caso de um dos países ser atacado. O compromisso permite que haja assistência militar entre as nações.
Na ótica de Moscovo esta situação é mais ameaça à sua segurança nacional e pode ser mais um argumento para a atitude militarista do regime - numa lógica usada por Putin para justificar a invasão da Ucrânia que é a de que a Rússia ataca para se defender.