O presidente russo, Vladimir Putin, diz estar aberto a negociações com a Ucrânia, mas avisa que um conflito com a NATO pode despoletar uma “catástrofe global”.
Durante um discurso em Astana, capital do Cazaquistão, Putin indicou que a mobilização de reservistas russos deverá estar terminada em duas semanas, acrescentando que 16 mil militares já estão na Ucrânia e que não há planos para chamar mais tropas neste momento.
Segundo meios de comunicação independentes russos, citados pela Sky News, o presidente russo está disposto a retirar tropas de pontos-chave na Ucrânia, como Kherson, mas mediante condições como o reconhecimento das regiões do Donbass e da Crimeia como território russo.
Moscovo avisou ainda Berlim que está a fazer um “erro” ao colocar a aliança com a NATO à frente dos seus interesses nacionais. O país não tomou ainda uma decisão sobre o futuro da linha ainda intacta do gasoduto submarino Nord Stream 2, que liga a Rússia e a Alemanha.
Questionado sobre se tem arrependimentos em relação ao conflito com a Ucrânia, Putin respondeu um redondo “não” e insistiu que a Rússia está a fazer “a coisa certa”, acrescentando que qualquer confronto direto de tropas da NATO com militares russos levará a uma “catástrofe global”.
“Espero que aqueles que dizem isso sejam espertos o suficiente para não tomar essas decisões”, acrescentou, dizendo que está de braços abertos à ideia de negociações com a Ucrânia: “Sempre o dissemos.”
Putin referiu também durante a conferência de imprensa que a Índia e a China apoiam “os diálogos pacíficos” na Ucrânia, um mês de alguma discórdia destes países durante uma cimeira no Uzbequistão, no último mês.