A CP vai comprar 129 comboios novos, cerca de metade 62 são urbanos, 55 para o serviço regional e 12 comboios de longo curso. Avança o ministro das Infraestruturas. Pedro Nuno Santos confessa desejar uma terceira travessia ferroviária sobre o Tejo e vai lançar um estudo de viabilidade financeira.
O ministro das Infraestruturas e Habitação revelou esta terça-feira, no Parlamento, que o Plano de Recuperação e Resiliência vai permitir “a maior compra de sempre na CP de uma só vez”.
Pedro Nuno Santos referiu que é necessário investir nas duas grandes áreas metropolitanas “a linha de Cascais precisa de uma frota nova e na linha de Sintra é necessário substituir e aumentar o número de comboios”.
Com o financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) a CP vai ainda comprar 55 comboios novos para as linhas regionais e 12 comboios de longo curso.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação disse ainda “temos opção de compra nos urbanos, regionais e longo curso porque se houver capacidade financeira no futuro podemos fazer nova encomenda sem estar a perder tempo com novos concursos”, concluiu Pedro Nuno Santos na Comissão Parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
Questionado pelo PCP sobre a terceira travessia do Tejo, o ministro das Infraestruturas reconheceu que a travessia ferroviária seria uma boa opção, “mas para já não temos dinheiro”.
Pedro Nuno Santos adiantou que “temos previsto um estudo de viabilidade da terceira travessia do Tejo, está nos planos do Plano Nacional de Investimento 2030, mas ainda não temos o dinheiro por isso não quero estar aqui a enganar ninguém. Vai ser estudada a viabilidade financeira do projeto”.
Na véspera do conselho de ministros aprovar o PRR, que será entregue em Bruxelas a 15 de outubro, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, que esteve também na Comissão de Economia, respondeu às críticas do PSD.
Os sociais-democratas alegam que este plano vai servir para engordar a máquina do Estado e que é uma oportunidade perdida, dizendo que “muito do investimento que está a ser feito é ao serviço das empresas”.
Defende, a “reforma do sistema da Justiça, para que o sistema de justiça fiscal e económico seja mais célere, redução de custos de contexto para as empresas na relação entre Estado, empresas e cidadãos. Não se faz isso sem investimento”.
Pedro Siza Vieira realçou ainda a necessidade de apostar nas qualificações porque “Portugal é atualmente o terceiro país da OCDE com mais baixas qualificações ao nível da população ativa, sendo que cerca de metade não completou o ensino secundário” referiu aos deputados. O Ministro de Estado, da Economia e Transição Digital disse por várias vezes nesta comissão que “a melhor forma de sair da crise é colocar a economia a crescer o mais depressa possível”.