O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vouzela está preocupado com os idosos que já estiveram infetados com Covid-19 e que só deverão levar a segunda dose da vacina no final do ano.
“O único dado científico que nós temos é que, a partir dos 90 dias, em pessoas com estas idades, a imunidade cai abruptamente. Se cai abruptamente a partir dos 90 dias, eu acho que é um exagero estarmos a esperar o dobro do tempo para lhes dar uma dose de reforço”, defende Luís Alcides em declarações da Renascença.
Segundo as normas, os utentes que já estiveram infetados têm de esperar 180 dias para receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19.
Mas Luís Alcides sublinha que não há dados científicos que comprovem que todos os idosos que testaram positivo adquiriram imunidade e alerta que o Inverno se está a aproximar.
“Estamos a ter surtos, estamos a ter mortes, o perigo está iminente nos lares e nós é que temos aqui as pessoas para cuidar”, destaca ainda, lembrando que, na Misericórdia de Vouzela, todos os idosos testaram positivo à Covid-19 devido a um surto. E veio a comprovar-se que vários utentes infetados não adquiriram imunidade.
“Dezenas de casos que eu conheço, de pessoas que estiveram infetadas, têm imunidade zero. E, portanto, se têm imunidade zero, estamos a falar de pessoas idosas, fragilizadas, com muitos problemas de saúde, não sabendo se estão imunes por terem estado positivos, é um risco que estamos a correr não os vacinar”, sustenta.
A Renascença questionou a Direção-Geral de Saúde (DGS) sobre se pretende reduzir o período de 180 dias para ser vacinado no caso de idosos infetados, mas não obteve resposta até à hora da publicação desta notícia.