O abastecimento alimentar ao país pode ser posto em causa se continuar a greve dos estivadores nos portos de Lisboa e Figueira da Foz, alerta a Federação da Indústria Portuguesa Agroalimentar (FIPA).
Em declarações à Renascença, o director-geral da FIPA, Pedro Queirós, diz que é urgente garantir a alimentação dos animais nas explorações e alerta que em algumas moagens mais pequenas estão em “grandes dificuldades” para adquirir trigo panificável.
Pedro Queirós sublinha que, no limite, o pão pode começar a faltar em algumas padarias e elogia o facto de o Governo ter decretado serviços para a greve dos estivadores.
Alimentos, animais vivos, medicamentos, produtos deterioráveis e peças sobressalentes para equipamentos de primeira necessidade têm que ser sempre objecto de carga ou descarga dos navios.
Por outro lado, os estivadores têm que fazer a movimentação da carga de dois navios, de cinco em cinco dias, destinados às regiões autónomas da Madeira e dos Açores.
Pedro Queirós alerta ainda para os impacto que a paralisação dos estivadores, que se prolonga há vários meses, tem para as empresas e para a economia do país.
“As empresas começam a entrar em incumprimento com prazos que têm estabelecidos com clientes no exterior. Um país que tem feita das exportações uma bandeira corre o sério risco de começar a perder clientes no exterior.”
Correm também o risco de não poder cumprir contratos de abastecimento com a distribuição a nível nacional porque não podem descarregar as mercadorias e vêm os seus custos aumentar para desviar os produtos para o porto de Leixões, sublinha o director-geral da FIPA.
O Sindicato dos Estivadores anunciou esta quinta-feira o prolongamento da greve no porto de Lisboa até dia 27 de Maio. O Governo já decretou serviços mínimos.