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O Fórum Médico considera que a vacinação dos profissionais de saúde contra a Covid-19 está atrasada em relação aos prazos anunciados. Apenas estão vacinados 30% dos médicos do SNS e 7% do setor social.
Num comunicado emitido depois de analisar o primeiro mês de funcionamento do plano de vacinação contra a Covid-19, esta estrutura, que junta várias associações, sindicatos e a Ordem dos Médicos, critica o facto de os responsáveis pelo plano avançarem para a vacinação de outros grupos "numa estratégia ditada pela manipulação da perceção pública".
"Do Serviço Nacional de Saúde estarão vacinados apenas cerca de 30% dos médicos e cerca de 7% no setor privado e social. A desproteção dos restantes médicos cria evidentemente um risco acrescido de dificuldades no combate à pandemia, bem como no acesso a consultas, exames e cirurgias", sublinha o Fórum Médico.
Considera que a situação "está a gerar uma forte indignação entre os médicos e as organizações que os representam", frisando que a vacinação dos profissionais de saúde (e posteriormente dos estudantes de medicina em fase de estágio clínico) "é crítica para o controlo da pandemia" e "deve ser gerida e monitorizada de forma séria e transparente".
Na nota, o Fórum condena "a gestão política do dossier da pandemia", que considera "claramente desvinculada de quem trabalha no terreno", dizendo que leva a "uma incapacidade de antecipar as medidas necessárias e ao desaproveitamento dos intervalos entre as "ondas" pandémicas para o reforço e preparação dos serviços".
"Desde o primeiro momento que foi opção da tutela parar, por sucessivas vezes, a atividade não Covid-19, condenando as pessoas com outras doenças a ficar sem resposta em tempo útil, ou com um tempo de resposta que pode comprometer a sua evolução clínica, e sem que se vislumbre um plano que lhes dê melhores perspetivas, a curto ou médio prazo", acrescenta.
Para o Fórum Médico, "todas as patologias e todas as especialidades importam" porque "para os médicos não há doenças, há doentes, e todas as vidas têm o mesmo valor".
"O efetivo reforço de recursos humanos médicos no SNS e o aproveitamento precoce de todos os recursos de saúde no país poderia e deveria ter minorado este problema. Por cada cama alocada à Covid-19, apoiada numa estratégia de comunicação que anuncia uma elasticidade sem fim, sabemos que alguém com outra doença ficou de fora", defende.