As dificuldades financeiras causadas pelas faltas ao trabalho são o principal impacto sentido pelas famílias com filhos com cancro. É a conclusão do estudo sobre o direito das famílias em oncologia pediátrica, realizado pela Associação Acreditar e apresentado esta terça-feira.
Segundo o inquérito nacional, avança o jornal “i”, as despesas mensais aumentam, em média, 254 euros depois do diagnóstico – um aumento não compensado na parte dos rendimentos, que tendem a cair (285 euros por mês, em média) na sequência de baixas médicas ou até desemprego.
No total, o buraco financeiro é de 539 euros. Medicação e alimentação são despesas que mais sobrecarregam os pais.
Perante estes resultados, a associação Acreditar (de pais e amigos de crianças com cancro) definiu um conjunto de propostas que vai apresentar esta terça-feira no Parlamento.
O objectivo é “criar melhores condições de adaptação às exigências do tratamento e da sobrevivência”, mediante uma melhor adequação das “políticas sociais que protegem as famílias de crianças e jovens com cancro”, lê-se no comunicado citado pelo “i”.
O estudo, cujos resultados são apresentados esta tarde (17h30) no Salão Nobre da Assembleia da República, indica ainda que a maioria dos menores diagnosticados com a doença não recebe apoio especial para prosseguir os estudos.
O inquérito nacional foi realizado entre 4 de Agosto e 6 de Setembro a 419 famílias, no âmbito da campanha “Setembro Dourado”, de sensibilização para o cancro infantil. Segundo a Acreditar, todos os anos surgem 400 novos casos, 80% dos quais com cura. Mas, além de sobreviver, diz a associação, “é importante ter vidas longas, produtivas e com significado”.