O 112 dos refugiados
15-04-2016 - 11:22
 • André Rodrigues

Destaque esta segunda-feira para uma entrevista ao padre que já socorreu centenas de vítimas da crise dos refugiados e que até já é indicado ao Nobel da Paz. Mussie Zerai é o homem de quem se fala.

O “Diário de Notícias” traz uma entrevista a Mussie Zerai, o padre da Eritreia que fundou uma agência de apoio a refugiados. Com uma acusação: “A União Europeia está a favorecer o tráfico de seres humanos”. Diz Mussie Zerai que a União Europeia precisa de reencontrar a sua verdadeira alma, da sua longa e secular tradição do humanismo. Concretizando esta ideia no plano específico do drama dos refugiados, este padre eritreu, a quem chamam o 112 dos refugiados no Mediterrâneo, sublinha que o que se tem visto em matéria de acolhimento de refugiados no espaço da União é uma traição à sua ideia fundadora. E o resultado, diz, é uma Europa confusa e incapaz de afrontar um tema com esta complexidade.

Parlamento Europeu adopta directiva sobre “segredos de negócios”. É notícia em destaque no portal da cadeia Euronews. Nela pode ler-se que organizações não-governamentais, jornalistas e denunciantes poderão deparar-se com dificuldades acrescidas. É que este novo enquadramento pretende travar a espionagem industrial e proteger a inovação. Contudo, as novas regras não são pacíficas: os críticos alegam que jornalistas e denunciantes poderão vir a ser criminalizados se publicarem informações que as empresas consideram confidenciais e que o texto é vago em matéria de protecção destas pessoas.

Na brasileira “Globo” é notícia a aprovação de novas normas da União Europeia para o reforço da privacidade na internet. Este regulamento para a segurança de dados foi aprovado para os 28 estados membros, após mais de quatro anos de discussões e um interminável número de emendas. Acrescenta a “Globo” que um dos objectivos da reforma, que abrange 500 milhões de cidadãos europeus, é a possibilidade dos utilizadores controlarem melhor os seus dados na rede, obrigando por exemplo as empresas a obterem consentimento explícito de uma pessoa antes de utilizar os seus dados. Os Estados-membros têm a partir de agora dois anos para transpor o diploma para as legislações nacionais.

Comissão Europeia pondera eventual introdução de vistos para os EUA e para os cidadãos canadianos. É notícia na rádio “Polskie”, na Polónia. Em causa a não reciprocidade da regra em relação a vários estados-membros da União, Polónia incluída. O artigo da rádio polaca lembra que, caso se aplique a tal regra da reciprocidade, a Comissão Europeia pode – no limite – suspender, pelo menos temporariamente, a isenção de visto para as pessoas que transportam passaportes americanos e canadianos. É um assunto em cima da mesa do colégio de comissários.

Da Polónia para o Reino Unido com o tema incontornável do momento. O “Brexit” preenche as páginas do “Liverpool Echo”. Boris Johnson, o mayor de Londres, lidera a campanha favorável à saída dos 28, no dia em que a campanha para o referendo arranca oficialmente com uma série de comícios. Hoje em Manchester. E durante o fim-de-semana em Leeds e Newcastle. Este tema está também em destaque no “Independent”: no arranque da campanha oficial para o referendo sobre a União Europeia, o “Brexit” parece ganhar cada vez maior expressão nas sondagens.

Aqui ao lado, em Espanha, destaque para o editorial do “La Razon” a propósito do registo obrigatório de passageiros aéreos. O artigo fala do falso debate entre liberdade e segurança na União Europeia e conclui que, em estados democráticos, não pode haver colisão entre estas duas variáveis (segurança e liberdade), uma vez que o monopólio da força está nas mãos de instituições do Estado, que são, em última análise, o garante dos direitos dos cidadãos.