Brilhante Dias quer Pizarro a negociar com sindicatos e não com a OM. Sarmento acusa Costa de "leviandade" pelo caos na saúde
27-10-2023 - 21:45
 • Susana Madureira Martins

No São Bento desta semana está em debate a decisão do Governo em não usar o travão às rendas e a situação na saúde, em vésperas de mais uma ronda negocial entre o Ministério de Manuel Pizarro e os sindicatos.

Com uma nova reunião prevista para domingo entre Ministério da Saúde e os sindicatos, o líder parlamentar do PS não esconde o incómodo por ver Manuel Pizarro a negociar salários com o bastonário da Ordem dos Médicos.

No programa da Renascença "São Bento à Sexta", Eurico Brilhante Dias dá voz ao desconforto que os socialistas têm manifestado pelas conversas que o ministro da Saúde tem mantido com Carlos Cortes relativas à regulação da profissão e matéria sindical, como o jornal "Expresso" deu, de novo, conta na edição desta semana.

"As ordens profissionais não foram feitas e não têm nos seus estatutos funções sindicais e de negociação", começa por dizer o dirigente socialista. "Não me ouvirá dizer que o senhor ministro não pode utilizar todos os instrumentos que entender mais adequados para uma negociação", diz Brilhante Dias, que faz questão de acrescentar: "com os sindicatos".

Brilhante Dias reforça o recado a Manuel Pizarro: "Os sindicatos fazem negociação salarial, de carreiras, do valor das horas extraordinárias. Não compete às ordens profissionais, sejam os médicos ou outra qualquer", rematando com um "vamos ver se nos entendemos, as ordens profissionais não fazem negociação salarial".

Neste debate o líder parlamentar do PSD acusou o primeiro-ministro de "leviandade" pela situação que se vive no setor da Saúde. Joaquim Miranda Sarmento considera que há "sinais" dos profissionais no terreno que "mostram que a situação está a atingir um ponto de não retorno".

O dirigente do PSD acusa, por isso, de "leviandade" quer o ministro da Saúde quer o primeiro-ministro por "não perceberem o quão crítico isto é", apontando a mira a António Costa por "deixar que isto chegue a uma situação limite que pode mesmo transformar-se numa catástrofe".

Depois da entrevista de Fernando Araújo ao "Público", com o diretor-executivo do SNS a admitir que novembro por ser "dramático" na assistência hospitalar, Miranda Sarmento vem dizer que Pizarro e Costa "estão a brincar com um assunto muito sério".