Hunter Biden, filho do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi indiciado nesta quinta-feira, no Tribunal Federal de Delaware, por crimes relacionadas com o porte de armas associado ao consumo de drogas.
Duas acusações resultam do facto de, alegadamente, o filho do Presidente ter mentido no ato da compra de armas, afirmando que não consumia estupefacientes.
Uma terceira acusação diz respeito ao facto de Hunter ter utilizado cocaína enquanto se encontrava na posse de uma arma.
Nas duas primeiras acusações, as penas previstas podem chegar aos 10 anos. Na última, o quadro legal configura uma pena máxima de 5 anos.
A acusação, refere a NBC News, diz que Biden afirmou num formulário do governo federal que não consumia drogas “quando na verdade, como ele sabia, essa declaração era falsa e fictícia”.
Hunter Biden foi viciado em drogas e álcool durante vários anos, mas, alega a defesa, terá conseguido desintoxicar-se em maio de 2019.
O caso que motiva as acusações remonta a 2018. Hunter estava viciado em crack (uma versão fumável de cocaína) e comprou um revólver a um revendedor de armas de fogo licenciado pelo governo federal, em Delaware. Na altura, preencheu um formulário exigido pelo governo federal onde lhe foi perguntado se ele usava narcóticos ilegais. “Biden respondeu 'não', embora na época ele fosse usuário e viciado em crack”, diz o processo judicial, citado pela NBC News.
O filho do Presidente acabou ainda por transportar a arma durante 11 dias, período durante o qual “comprou e usou crack regularmente”, algo que é proibido, continua o processo. A arma foi “posteriormente descartada numa lata de lixo em frente a um supermercado em Greenville, Delaware”.
Em julho deste ano, as tentativas para a obtenção de um acordo judicial sobre estas acusações e outras relacionadas com dívidas fiscais que Hunter tem pendentes, acabaram por sair frustradas, precipitando a acusação que agora veio a público.
Ainda esta semana, soube-se que os republicanos da Câmara dos Representantes deram os primeiros passos para a realização de um processo de "impeachement" a Joe Biden. Entre as razões do processo de destituição, constam negócios que o filho do Presidente manteve no estrangeiro.
O caso da acusação a Hunter Biden está a ser supervisionado por um procurador nomeado por Trump e pode ter impacto político na corrida à presidência de 2024, na qual o atual Presidente deve tentar um segundo mandato.