O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), que vai reunir-se esta sexta-feira com a administração da TAP, assegurou que os pilotos estão dispostos a aceitar as condições aplicadas na Lufthansa.
“Estamos dispostos a aceitar as mesmas condições que forem aplicadas aos pilotos da Lufthansa. Os meios de produção são os mesmos”, afirmou o presidente do SPAC, Alfredo Mendonça, em conferência de imprensa, em Lisboa.
A alemã despediu cerca de 20% dos trabalhadores e fez cortes salariais de 45% no caso dos pilotos e de 25% nos restantes.
Lembrando que a TAP “significa muito para Portugal”, o presidente do SPAC vincou que é preciso saber se a companhia está disposta a “negociar”, nomeadamente, a alterar as medidas que têm em vista a redução da despesa, objetivo que diz ser “possível conseguir”.
Na reunião, marcada para hoje, pelas 16:30, com a administração da TAP, o sindicato vai defender, “ao máximo, a minimização dos despedimentos dos pilotos”, garantiu.
Para o SPAC, a diminuição da despesa pode ser conseguida, por exemplo, através da redução do número de pilotos seniores, nomeadamente, com as reformas antecipadas, com a redução do tempo de trabalho ou com recurso às licenças sem vencimento.
Questionado sobre qual seriam os próximos passos, caso o sindicato não visse alcançadas as suas exigências, o presidente da estrutura escusou-se a avançar quais são as formas de luta que vão estar em cima da mesa, sublinhando apenas que a decisão cabe aos pilotos e, por isso, estes têm que ser ouvidos primeiro.
O Governo entregou à Comissão Europeia (CE) a proposta inicial do plano de restruturação da TAP, que prevê para o próximo ano um auxílio do Estado de 970 milhões de euros, anunciou o executivo.
De acordo com um comunicado conjunto dos ministérios das Infraestruturas e da Habitação e das Finanças, “foi entregue hoje [quinta-feira] à Comissão Europeia uma proposta inicial do plano de reestruturação da TAP, ao abrigo da Diretiva Europeia que regulamenta os auxílios de Estado”.
O Governo estima que a TAP tenha condições para começar a devolver os apoios do Estado em 2025, mas até lá poderá ter de receber um valor superior a 3,7 mil milhões de euros, segundo o ministro das Infraestruturas.
O SPAC e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) apelaram ao Governo que negoceie com Bruxelas o adiamento da apresentação do plano de reestruturação da TAP, denunciando que este está baseado em previsões de mercado "completamente desatualizadas".