Está em curso esta terça-feira de manhã uma "operação de grande envergadura" de combate à corrupção no setor da Defesa, batizada "Operação Tempestade Perfeita", que terá na mira as obras de remodelação de um hospital das Forças Armadas em Belém.
Ao todo foram efetuadas 59 buscas, repartidas pelas zonas de Lisboa, Porto, Alter do Chão, Almada e Comporta, envolvendo 200 inspetores da Polícia Judiciária (PJ) acompanhados por um juiz e dois procuradores do Ministério Público.
Em causa, adianta a PJ em comunicado, estão suspeitas de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder e branqueamento de capitais.
O esquema sob investigação passava alegadamente por adjudicações efetuadas por um organismo público a várias empresas, lesando o Estado em "muitos milhares de euros".
Até ao momento já foram detidas cinco pessoas e 19 foram constituídas arguidas.
O Ministério da Defesa confirmou entretanto a presença da PJ e do Ministério Público (MP) nas suas instalações, mais concretamente na Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN), no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021.
A CNN Portugal já tinha avançado que o organismo investigado é a DGRDN e que em causa estarão as obras de remodelação do Hospital Militar de Belém, em Lisboa, que custaram ao Estado 3,2 milhões de euros, um valor mais avultado do que os 750 mil euros inicialmente previstos.
Em comunicado, o Ministério da Defesa Nacional reafirma a sua total colaboração com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado.
Questionado pela Renascença sobre a que ramos das Forças Armadas pertencem os detidos nesta operação e que cargos ocupavam, o Gabinete do Chefe de Estado Maior das Forças Armadas remete qualquer esclarecimento para o Ministério da Defesa Nacional.