A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) suspendeu temporariamente a distribuição de ajuda humanitária na região da Beira, em Moçambique, esta terça-feira, seis dias depois de o país ter ficado parcialmente devastado à passagem do ciclone Idai, que atingiu também os vizinhos Zimbabué e Malauí.
A Beira foi particularmente afetada, com hospitais e 17 centros de saúde da região totalmente destruídos, informam os MSF em comunicado, onde é avançado que hoje chega ao terreno uma equipa de resposta rápida de emergência que vai definir prioridades nos cuidados à população.
Até agora, estavam já no local 150 profissionais que estiveram incontactáveis durante alguns dias mas que se encontram bem, garante João Antunes, representante dos Médicos Sem Fronteiras em Portugal.
O grau de destruição na área da saúde, bem como dos acessos a várias partes da Beira, justifica a suspensão temporária do trabalho dos MSF, que agora precisam de reavaliar as necessidades mais urgentes para redefinirem e ampliarem o plano de ação.
Há estruturas de saúde sem telhados, salas de cirurgias e zonas de internamento inoperacionais. A isso acresce a falta de água potável, as condições de higiene deficitárias, a falta de medicamentos e de logística clínica.
O novo plano de ação deverá passar pela criação de hospitais de campanha, pondo equipas reforçadas no terreno para que possam chegar rapidamente às populações mais necessitadas.
"A prioridade número um é dar continuidade aos cuidados de saúde", refere João Antunes. "É preciso referenciar os casos mais graves, para que possam receber os primeiros cuidados de saúde."