O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Ornelas, considera que a Assembleia Continental do Sínodo 2021-2024, que decorre em Praga, é uma oportunidade “única” para debater a situação da Igreja na Europa.
“Estamos aqui numa ocasião única para escutar a Igreja na Europa, nas suas dificuldades, nas tensões que existem e na vontade de as ultrapassar”, assinalou D. José Ornelas, numa intervenção enviada, esta quinta-feira, à Agência ECCLESIA.
Para o bispo de Leiria-Fátima, que lidera a delegação portuguesa nesta assembleia, o encontro de Praga é “uma oportunidade extraordinária”, que permitiu “viver em comum o ser Igreja”.
“Tem sido uma discussão muito clara e muito transparente”, sem ignorar as dificuldades, como “a guerra, as desigualdades, as migrações”, da “integração e, mesmo, da compreensão dentro da Igreja”, além da crise provocado pelos abusos sexuais de menores, acrescentou o presidente da CEP.
D. José Ornelas assinalou que, se apesar de todas as dificuldades, tem sido possível “construir uma unidade europeia, a nível político”, a nível da Igreja Católica essa exigência é maior.
“Temos em comum a vivência do Evangelho, não só de uma tradição, mas a presença do Espírito, que trabalha em todas as nossas Igrejas, nas diferenças e na diversidade que somos”.
A síntese dos contributos da assembleia europeia foi apresentada esta quinta-feira, assumindo as “tensões” e questões levantadas pelos dias de debate, a partir de relatórios de 39 conferências episcopais, incluindo a portuguesa.
“É este caminho que vai continuar agora, este não é o fim do processo sinodal na Europa”, observou D. José Ornelas.
O encontro começou no domingo, com a celebração da Missa, e os trabalhos decorreram entre segunda e quarta-feira, com intervenções das delegações nacionais, encontros em grupos e sessões de trabalho no plenário, com partilha dos debates.
“Queremos, como Europa, dar o sentido daquilo que somos, nas dificuldades e na esperança do caminho que percorremos juntos”, assumiu o presidente da CEP.
Após esta assembleia eclesial, com a participação de 200 pessoas presencialmente e 390 "online", decorre um segundo momento, entre sexta-feira e domingo, reservado aos bispos que presidem às 39 Conferências Episcopais da Europa.