Os serviços de urgência obstetrícia e ginecologia vão manter-se abertos em todo o país, até ao final de março. O anúncio foi feito pela direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O comunicado enviado à redação sublinha que não haverá necessidade encerrar maternidades em nenhuma região, porque conseguiram fixar as escalas de serviço para o primeiro trimestre deste ano.
A exceção vai para o bloco de partos do Hospital de Portimão, que encerra ao fim de semana de duas em duas semanas. Ainda na região do Algarve, o bloco de partos de Faro vai funcionar em pleno em fevereiro e março.
Com o funcionamento condicionado nesta região estarão, assim, as maternidades dos hospitais do Oeste (Caldas da Rainha), Médio Tejo (Abrantes), Santarém, Vila Franca de Xira, São Francisco Xavier, Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), Beatriz Ângelo (Loures), São Bernardo (Setúbal) e Barreiro-Montijo.
As quatro instituições de Lisboa - centros hospitalares de Lisboa Norte, de Lisboa Central e de Lisboa Ocidental e o Hospital Fernando Fonseca - "vão cooperar e partilhar recursos", no sentido de garantir o funcionamento dos respetivos serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia e das unidades de neonatologia durante o primeiro trimestre.
Segundo a direção executiva do SNS, todos os 13 blocos de partos da região Norte vão funcionar de forma ininterrupta até ao final deste trimestre, assim como os sete do Centro e os três do Alentejo.
Assim, no âmbito da operação “Nascer em segurança no SNS” é comunicada a decisão para o primeiro trimestre de 2023 em todas as regiões do país. “Pelo impacto direto que tem nas grávidas, recém-nascidos e suas famílias, a rede de serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia merece atenção prioritária, sendo essencial salvaguardar os princípios da equidade, qualidade, prontidão, humanização e previsibilidade dos cuidados prestados no SNS”, pode ler-se no comunicado.
À Renascença, o bastonário da Ordem dos Médicos mostra-se surpreendido e lembra que para manter todos os serviços a funcionar vai ser necessário contratar profissionais para os quadros do SNS - algo que Governo está a demorar a fazer.
Miguel Guimarães dá como exemplo o distrito de Beja, que tem “imensos quilómetros de extensão”.
“Aqui temos de fazer um esforço para manter esta maternidades abertas, obviamente contratando os obstetras necessários e, se for preciso, ter incentivos especiais para estas regiões mais periféricas”, alerta.