O Papa surpreendeu ao visitar, sem qualquer aviso prévio, o posto móvel de saúde instalado na Praça de São Pedro, antes de inaugurar um centro de acolhimento para sem-abrigo.
A iniciativa aconteceu por ocasião do III Dia Mundial dos Pobres, que a Igreja Católica celebra este domingo, por iniciativa de Francisco.
Nos últimos três anos, o pontífice tem visitado iniciativas de solidariedade ou comunidades de pessoas em situação de sofrimento, nas chamadas ‘sextas-feiras da Misericórdia’.
O Papa foi acolhido pelos doentes que acorriam à Praça de São Pedro com uma salva de palmas, agradecendo o trabalho levado a cabo por voluntários, alguns dos quais abdicaram por dias de férias para poder prestar este serviço.
O espaço oferece, durante uma semana, visitas médicas especializadas, tratamentos, análises clínicas e exames a título totalmente gratuito, para todas as pessoas pobres que normalmente teriam dificuldade em aceder a esse tipo de serviços.
Francisco estava acompanhado pelo presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, D. Rino Fisichella, que apresentou os médicos, enfermeiros e voluntários que trabalham nos ambulatórios.
O Papa despediu-se, após uma breve oração, seguindo para o Centro de Acolhimento do Palácio Migliori, a poucos metros da Praça de São Pedro.
O local, confiado à Esmolaria Apostólica, tem capacidade para receber 50 pessoas e será administrado pela comunidade católica de Santo Egídio.
Francisco foi acolhido pelo cardeal Konrad Krajewski, esmoler pontifício, que o conduziu numa breve visita ao edifício do Vaticano, que tem uma capela dedicada a São Jorge; dois andares são dedicados aos quartos.
No refeitório, o Papa lanchou com algumas pessoas que vivem no local e com voluntários – entre eles, com quem conversou sobre “a cultura do descarte e da necessidade de recuperar um sentido de responsabilidade pelos pobres”.
Francisco também “escutou a história de vida dos voluntários, que há muitos anos levam o jantar a quem vive pela estrada, e as dificuldades enfrentadas para organizar os funerais”, informa o portal Vatican News.
O Papa recordou que, quando era mais jovem, havia o costume de colocar mais um prato na mesa, principalmente em dias de festa, “para quem precisasse”, destacando a necessidade de “educar os jovens para a compaixão”.
À imagem dos anos anteriores, o pontífice vai almoçar no próximo domingo com um grupo de 1500 pobres, no auditório Paulo VI, do Vaticano, após a Missa na Basílica de São Pedro (09h00 em Lisboa).
O espaço de audiências vai acolher 150 meses para acolher pobres de Roma e várias dioceses italianas.
O Dia Mundial dos Pobres foi instituído pelo Papa com a Carta Apostólica “Misericordia et misera” de 2016, na conclusão do Jubileu Extraordinário da Misericórdia.