Mais de 211 mil votos de emigrantes já chegaram a Portugal – um crescimento de mais de 44,6% face às legislativas de 2022.
Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, 211.855 envelopes já terão chegado, desde que os primeiros votos por correspondência foram enviados, no início de fevereiro.
A Europa é o continente de onde chegou a maior parte destas cartas – cerca de 88% -, logo seguido da América (10%). Os votos da Ásia e Oceânia representam apenas 2% dos votos recebidos, enquanto os de África são residuais – chegaram apenas 880 votos.
Na análise por países, França reina ao pódio, ao ser a origem de mais de 67 mil votos, logo seguida da Suíça, que é a origem de mais de 43 mil dos votos já rececionados. A fechar o pódio, está o Reino Unido: mais de 26 mil cartas já chegaram de terras britânicas.
Cartas continuam a voltar para trás, mas menos do que em 2022
A tendência decrescente do número de cartas devolvidas mantém-se, em comparação a 2022. Em pouco mais de uma semana, há mais de 30 mil novos envelopes devolvidos - são agora mais de 84 mil. O número é, ainda assim, uma descida de cerca de 19,7% face às últimas legislativas: em 2022, e dois dias depois das eleições, mais de 105 mil envelopes já tinham voltado para trás.
Entre as razões para a devolução, “destinatário desconhecido” continua no primeiro lugar: foi o motivo para 69% das cartas terem regressado sem votos do Ministério da Administração Interna. A medalha de bronze para a mudança de morada do destinatário – que explica 11% das cartas devolvidas –, logo seguida das insuficiências no destino de entrega: ditaram a devolução de 10% das cartas.
Nota ainda para o número de eleitores no estrangeiro, que subiu face a 2022. Em comparação com as últimas legislativas, há mais 22.220 portugueses recenseados fora do território nacional.
Os votos dos círculos da Europa e Fora da Europa vão ser contados entre os dias 18 e 20 deste mês. Perante a fragmentação do parlamento – apenas dois deputados separam a AD do PS –, os quatro mandatos que vêm dos círculos da emigração podem vir a ser decisivos no xadrez político da próxima legislatura.