O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, considera que Portugal está atualmente mais capaz de evitar tragédias como os incêndios de Pedrógão Grande.
Na apresentação do DECIR 2022 - dispositivo especial de combate a incêndios - que decorreu este sábado em Castanheira de Pera, José Luís Carneiro admitiu, porém, que nunca seremos capazes de prevenir todos os imprevistos.
Considerando que é muito importante ter a noção de que “há sempre aspetos de complexidade que são imprevisíveis”, o governante salientou que “seria muito irresponsável dizer que todas as variáveis estão hoje absolutamente controladas.”
“Não estão”, adiantou o Ministro, porque “há variáveis que estão para além do conhecimento que existe”. E fez a analogia com o que aconteceu no incêndio de 2017, em que “o conhecimento que existia até então não foi o suficiente para enfrentar aquela complexidade.”
Por outro lado, “temos consciência de que há fatores de imprevisibilidade que superam toda a capacidade de diagnóstico, de prospetiva e de planeamento.”
Contudo, afirmou José Luís Carneiro, o dispositivo de hoje “é mais seguro e suscita mais confiança, tem mais meios e mais competências, além de mais conhecimento científico agregado ao planeamento e à resposta.”
Neste ano, o Ministério decidiu dar um reforço financeiro de 3,2 ME às corporações de bombeiros.
Quanto ao dispositivo terrestre, de 1 de julho a 30 de setembro, ele contará com mais 859 elementos do que em 2021, num total de 12.917 elementos, mais 267 equipas, num total de 3.062, e mais 177 viaturas do que no ano passado, num total de 2.833.
Em permanência, de 1 de junho a 15 de outubro, estarão 60 meios aéreos.
O ministro realçou, no entanto, a importância de os “cidadãos cumprirem os seus deveres essenciais”, nomeadamente “as limpezas em torno das habitações”.
Para José Luís Carneiro, “está amplamente demonstrado que esse esforço de limpeza em torno das habitações é fator de segurança para os bens, para o património das pessoas e, também, das suas próprias vidas”, por isso apelou aos cidadãos “para que não deixem de cumprir aquilo que são as suas obrigações”.